domingo, fevereiro 26, 2006

Wyatt One and Two

Acaba por ser mais prático finalmente pôr aqui os temas escolhidos para os cd's oferta:




Wyatt One


Robert Wyatt\Dondestan (Revisited)\ Left on Man
Robert Wyatt\Nothing Can Stop Us\ Shipbuilding
Robert Wyatt\Floatsam Jetsam\ The Wind Of Change
Robert Wyatt\Rock Bottom\ Little Red Riding Hood Hit the Road
Robert Wyatt\Old Rotten Hat\ Alliance
Robert Wyatt\Ruth Is Stranger Than Richard\ Solar Flares
Robert Wyatt\Dondestan (Revisited)\ Lisp Service
Robert Wyatt\Cuckooland\ Lullaby for Hamza-Silence
Robert Wyatt\Old Rotten Hat\ Speechless
Robert Wyatt\Ruth Is Stranger Than Richard\ Sonia
Robert Wyatt\Cuckooland\ Insensatez
Robert Wyatt\Shleep\ The Whole Point of No Return
Robert Wyatt\Shleep\ Alien
Robert Wyatt\Short Break\ Unmasked [1992
Robert Wyatt\Floatsam Jetsam\04 No'Alf Measures
Robert Wyatt\Nothing Can Stop Us\05 Caimanera




Wyatt Two


Robert Wyatt\Nothing Can Stop Us\ Stalingrad
Robert Wyatt\Old Rotten Hat\ The Age of Self
Robert Wyatt\Rock Bottom\ Sea Song
Robert Wyatt\Old Rotten Hat\ The United States of Amnesia
Robert Wyatt\Ruth Is Stranger Than Richard\ Muddy Mouse (C)-Muddy Mouth
Robert Wyatt\Dondestan (Revisited)\ Sight of the Wind
Robert Wyatt\Shleep\ Heaps of Sheeps
Robert Wyatt\Dondestan (Revisited)\ Catholic Architecture
Robert Wyatt\Old Rotten Hat\ East Timor
Robert Wyatt\Short Break\ A Short Break [1992
Robert Wyatt\Ruth Is Stranger Than Richard\ 5 Black Notes and 1 White Note
Robert Wyatt\Floatsam Jetsam\ Turn Things Upside Down
Robert Wyatt\Rock Bottom\ Alife
Robert Wyatt\Shleep\ Free Will and Testament
Robert Wyatt\Nothing Can Stop Us\ At Last I Am Free

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Itália 2006


Esta é propaganda eleitoral do partido de Berlusconi. Não é preciso traduzir, pois não?

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Tempos houve em que o ténis...

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Do you know...

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sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Francis Bacon, Studio per una Figura VI, 1956


Então não ando bem disposto?...

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Kokoschka, Knight Errant, 1914


Ando bem disposto...

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Pescado de outro blog

A short guide to comparative religions

Taoism - Shit happens
Buddhism - If shit happens, it's not really shit
Islam - If shit happens, it's the will of Allah
Protestantism - Shit happens because you don't work enough
Judaism - Why does this shit always happen to us?
Hinduism - This shit happened before
Catholicism - Shit happens because you're bad
Hare Krishna - Shit happens rama rama
TV evangelism - Send more shit
Atheism - No shit
Jehovah's Witness - Knock knock shit happens
Hedonism - There's nothing like a good shit happening
Christian science - Shit happens in your mind
Agnosticism - Maybe shit happens, maybe it doesn't
Existencialism - What is shit anyway
Stoicism - This shit doesn't bother me
Rastafarianism - Let's smoke this shit

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Era uma vez (a escola n)as aldeias

Vão fechar 1500 escolas com menos de x alunos. Estive em 2004 no Piódão. Escuso de dizer o que representa esta aldeia da Serra do Açor como testemunho de outros tempos, testemunho que lenta mas paulatinamente está em deslize para o folclorismo decorativo de postal. A escola lá estava, do outro lado do vale, aberta. Disseram-nos que ia fechar para o ano, fechada já está pelo menos esta portanto. O Piódão fica assim sentenciado: quem não viver do voyeurismo, perdão, do turismo rural vai ou morrer ou sair dali.
Na Catalunha, terra desenvolvida e que pensa por si, ó se pensa, e que já se dedicava a poupar o tostão antes dos portugueses aprenderem a conjugar o verbo, uma cunhada minha dá aulas numa escola de aldeia. São praí oito alunos. A escola fica num bloco onde funciona a Junta, os Correios e o Centro de Saúde. Tudo com horários, funcionamento estipulados. A escola tem condições razoáveis, um recreio e um mini-ginásio (o edifício não é novo). Os alunos vão comer no café em frente, com a professora. Há 4 anos não tinha computador, hoje já terá talvez. A aldeia não é nada isolada, mas é pequena. Como muitas aldeias catalãs. O campo catalão não está abandonado, antes pelo contrário.
Dá que pensar...

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Ajax 2 Inter 2


Tempos houve que no futebol Portugal era mais conhecido por quem jogava que por quem demoniza/treina. Vejamos quem levou a equipa do Inter ao empate, depois de ao intervalo o resultado ser 2-0: "Ma l'Inter, a passo ridotto e sorniona, arriva al pari, meritato, grazie a un'illuminazione di Figo, bravo a pescare Cambiasso il cui assist viene ricambiato da Cruz con il 2-2."(Gazzetta delo Sport)

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quarta-feira, fevereiro 22, 2006

João de Castilho, Igreja da Conceição, Tomar, 1530


Cem anos depois, chega o Renascimento a Portugal. Já agora corrijo post prévio, Juan de Castillo era sim espanhol mas com este nome, e era natural de Castillo, Cantabria. Veio trabalhar para Portugal, Braga, já arquitecto feito, e nunca mais voltou a Espanha. Pertence-lhe obra nos Jerónimos, em Tomar e a varanda renascença das Capelas Imperfeitas. Vinha do plateresco espanhol, fez seu o manuelino português, e evoluiu para o renascimento. Um génio da arquitectura.

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Brunelleschi, Ospedali degli Inocenti, Firenze, 1424-1445


O início da Renascença.

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Para a virose vamos tomar...

1 cebola lavada, 1 copo de água, 1 pau de canela, 1 casca de limão, uns bocados de Drosera, Avenca e Eucalipto: ferver durante 20' e coar. Depois juntar a 1 chávena de café de mel, e 1 sumo de limão. Misturar e dar às colheres durante todo o dia.

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segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Ana Cristina Leonardo e as Caricaturas

Anteontem saiu no Cartaz do Expresso um artigo extenso de Ana Cristina Leonardo sobre toda esta trapalhada. Groucho Marx e John Cleese são invocados, e bem. A conclusão não é dada mas é infelizmente óbvia. Chegamos à conclusão de que estamos muito longe de muita gente, e de que temos pena disso.
Vou comprar os DVD's dos Monthy Piton para me consolar.

Ps: para quando o Cartaz sem o Expresso?

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Visitação, Pontormo, 1529

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sábado, fevereiro 18, 2006

Campanha Eleitoral


Ora digam se não dava vontade de votar no Hamas!

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"Só sei que sei tudo e que tenho sempre razão"


Não há regras, não há sistema que determine o que devemos esperar quando as coisas não correm bem. Mas a verdade deve ser dita: este governo não está a governar bem em capítulos importantes.
Vamos enumerar dois: a justiça. Anteontem, pelos vistos, de manhã a Polícia Judiciária entrou na redacção do 24 Horas, em estilo cinematográfico e a dizer “tirem as mãos dos teclados e dos telemóveis!”. As telefonista foram postas de mãos no ar. Resultado: três jornalistas com termo de identidade e residência, e dois computadores apreendidos. Desde o 25 de Abril que não acontecia nada disto. Bom, antes do 25 de Abril não havia computadores… Tudo isto porque dois dias antes o Sr. Costa ministro tinha dito que estava a tardar a investigação do famoso “envelope 9” sobre as escutas telefónicas que a PT indevidamente permitiu a mais no processo Casa Pia. E aí decidiu-se apresentar serviço. Dos irmãos Souto Moura o arquitecto, como já disse, tem qualidades e defeitos. O procurador não tem ponta por onde se lhe pegue. O 24 Horas é um jornal que não goza da minha particular simpatia. Mas, como se nota, é importante para o equilíbrio do ecossistema. E sobretudo quando andam predadores socialistas perigosos pela savana à caça.
Outro caso é o da cultura. A Sra. D. Isabel Pires de Lima, ministra da Cultura, sugeriu ao Sr. Joe Berardo, português possuidor de uma das maiores colecções de arte contemporânea, que a doasse ao Estado Português, sem mais. Boa! E porque não pagar o deficit, subir as reformas ou pagar o TGV? Joe Berardo não é um homem muito velho que eu saiba, ainda compra, a colecção está activa e em crescimento, em negociações prévias com o Estado nunca a hipótese de doação foi aflorada, enfim… é estúpida ó quê? Tipo a ver se pega?

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Condomínio

Após uma discussão de uma hora sobre pavimentos da garagem (realmente o padrão do cimento não é nada bonito) consegui passar a pasta. 'da-se!

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sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Viseu 2 e Grão Vasco - museu


O projecto de remodelação do museu Grão Vasco foi de Eduardo Souto Moura e nota-se, para o bem (interior) e para o mal (exterior). Se repararem bem, a 1ª imagem do Paço dos Três Escalões - nome antigo - com a Sé mostr as janelas antigas, com moldura branca. A 2ª fotografia mostra as janelas actuais, "cegas".

As abóbadas manuelinas da Sé são do famoso João Castilho, um emigrado espanhol (Juan de Castilla, yo creo...) que é o pai da nave dos Jerónimos...
Comeu-se bem também no Cortiço, muito famoso.
O parque do Fontelo está a precisar de uma revisão.
Dormimos no Hotel Ónix - a evitar.

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quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Viseu is a must...


Claro que nem só de ciência vive o Homem, pelo que aproveitei uma breve estadia congressista para conhecer a cidade.
E então aqui vai: Viseu tem primariamente um umbigo, um ninho de águia primitivo que no alto deu origem à cidade. Nesse umbigo encontramos a Sé Catedral e o Museu Grão Vasco, e diálogo curioso com o casario de cores mais claras, idem a Igreja da Misericordia. A Sé, "muito desfigurada", ou digo eu, com uma frontaria maneirista (não é?...) algo pobre a desmerecer a dimensão do templo, tem como ponto forte as suas naves, a um tempo fortes e elegantes, e olhando para cima, abobadadas elas por elegantes nervuras gótico-manuelinas, entrelaçadas em nó. A capela-mor é uma pálida imagem por razões que no museu Grão Vasco se explicitam, e em 1992 recriaram o púlpito e o espaço de celebração da missa a la "Vaticano Segundo", desastrosamente. Nesta igreja o melhor mesmo é admirar as grossas colunas e depois ficar a olhar para o tecto... Grande igreja, a mostrar a importância de Viseu já então, uma das 7 Sés "fundadoras" da matriz portuguesa, de Braga a Évora...
Ao lado encontramos o remodelado museu Grão Vasco. E infelizmente o terão remodelado, pelo menos por fora, pois um edifício de granito centenário a quem refizeram as janelas em vidro esverdeado único, sem moldura, foi como se lhe tivessem esvaziado os olhos. Por dentro a remodelação muito bem, com uma livraria que - surpresa - é uma sucursal da Leitura do Porto. E, claro, as grandes obras de Vasco Fernandes, pintor quinhentista, o retábulo da capela-mor da Sé, o S.Pedro, o Pentecostes, etc. De conhecimento e admiração obrigatórios. Que mais pintura interessante existe, por ex. um pequeno Amadeo de Souza-Cardoso, vários Eduardo Viana, Columbanos, enfim, a melhor colecção de pintura portuguesa fora de Lisboa, dizem.
E adossado o sítio onde melhor comi, o restaurante "Muralhas da Sé", citado no Michelin.
Podemos agora descer por vários caminhos até ao Rossio, o coração da Viseu que cresceu e se fez cidade. Por ruas de pequeno comércio ainda muito vivo, alternando a casa popular com a de qualidade e o palacete, aqui e ali algum trabalho tipo "Polis" nem sempre feliz. Uma zona antiga extensa, agradável, razoavelmente viva. Não como o Rossio, ponto de paragem de dia, morto à noite. E em Viseu não deparei com nenhum café dos antigos a sobreviver.
Nos limites da cidade antiga o Teatro Viriato, também remodelado, com programação extensa, de qualidade, e para todos os gostos e idades. Outra surpresa!
Por último passei ao lado e de carro de um aterro defensivo polígonal fechado aparentemente de origem romana mas a que se dá tradicionalmente o nome de Cava de Viriato. O pouco que vi foi uma elevação de uns 4-5 metros, extensa, regular, coberta por algumas árvores e arbustos.
À volta de Viseu todo um cortiço de transição urbano-rural que dá à cidade a dimensão demográfica de uns 50000 habitantes que, à 1ª vista não aparenta ter.

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quarta-feira, fevereiro 15, 2006

The World as it is... (USA point of view)


Com os devidos agradecimentos...

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terça-feira, fevereiro 14, 2006

The Cracked EP 1994


Os Sandals gravaram ainda em 1994 este EP, considerado ele só o pai do trip-hop. Na produção/programação está por ex. Luke Gordon aka Spacer. Mas... este pequeno disco é mais do que isso. Lembram-se do Bez? Aquele gajo dos Happy Mondays que saltava e dançava todo o tempo, não cantava, não tocava nada, sempre em midríase fixa? Pois o disco é Bez meets Jim Morrison meets The Future... jazz and dub were the answer! Sublime!

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segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Em defesa de Paulo Pedroso


Diariamente uma pessoa que um tribunal português de alta (/última?) instância declarou inocente vê o seu nome associado a práticas criminosas: essa pessoa é Paulo Pedroso.
Praticamente em todas as sessões do julgamento Casa Pia, as testemunhas de acusação, as prováveis vítimas de sevícias sexuais, vão referindo vários dos presentes acusados e quase sempre mais um. Lembro, se lembrar é preciso, que ainda ninguém foi declarado culpado do que quer que fosse, e que a verdade está longe de estar decifrada. E que também a regra do fumo e do fogo está arredada da justiça ocidental (e portuguesa) há muitas décadas, para não dizer séculos.
Quando tentou, desastradamente, voltar à Assembleia da República, Paulo Pedroso aprendeu dolorosamente que o julgamento político e o julgamento público são diferentes do julgamento judicial. Isto é, ele é visto pelo público como apenas "não declarado culpado", e pelos seus pares também. Actualmente está na Roménia a trabalhar para a União Europeia, como perito em trabalho.
Aqui há 3-4 anos, Paulo Pedroso era dos mais assíduos escribas no jornal "Público", onde tentava repensar a ideologia e o caminho de um Partido Socialista cada vez com menos ambas as coisas. Era então líder do PS Ferro Rodrigues, e era Paulo Pedroso a sua cabeça pensante. Se não fosse o processo Casa Pia, Ferro Rodrigues seria hoje Primeiro-Ministro: a comédia Durão-Santana teria acontecido na mesma, e o trono nacional teria sido oferecido ao PS.
PS que hoje não pensa. PS que hoje só mede e reforça as amarras com que cada vez mais se cose ao poder fundamento da coisa.
Não parece incomodar quase ninguém esta diária menção num determinado tribunal, e ecoada pelos jornais, a uma pessoa declarada inocente. Um dos mais promissores jovens criadores de política em Portugal. Que hoje já quase não temos nenhuns. A verdade? Jamais será conhecida, todos pensamos assim. O porquê do assassinato político?
Eu entendo.

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1994 Sandals Rite to Silence


Em 1994 Londres já não estava tão alegre, Manchester entrara em OD, a Factory estava fechada. E agora? Um quarteto londrino de nome Sandals grava para a London Records o seu único disco e mostra o caminho: Rite to Silence. Em 1995 seria o ano do trip-hop, mas o feel já estava todo aqui. Tricky meets Happy Mondays meets Moroccan Jazz... Em 1995 o sonho acabara, depois só ficou a interessante carreira a solo de Ian Simmonds aka Juryman...

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domingo, fevereiro 12, 2006

1991 Foxbase Alpha


Em 1991 Londres era outra vez uma cidade vibrante com novas cores, novas músicas, novos sons. Camden Town fica pouco acima, e lá os Saint Etienne gravaram o seu 1º disco, Foxbase Alpha. A sua base dois jornalistas musicais, mais uma voz angélica, a de Sarah Cracknelll. O ponto de partida: a fusão entre o pop suave a swingante londrino e a club music reinante. A primeira experiência: uma cover up assassina de Neil Young: Only Love Can Break Your Heart. Fundamental há 15 anos, hoje ainda se ouve bem.

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Um dia as camisolas virão com sabores...


Carlos Martins, sê benvindo ao clube...

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quinta-feira, fevereiro 09, 2006

NYT

Pf ler este artigo: NYT

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Vanity Fair


Scarlett, babe you need a better ass!

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Lines from Crimes and Misdemeanors (W Allen, 1989)



Judah Rosenthal to Cliff
“He’s on the verge of a mental collapse. And inch away from confessing the whole
thing to the police, and then one morning, he awakens…the sun is shining and his
family is around him… and mysteriously the crisis is lifted. As the months pass, he
finds he is not punished. He prospers. His life returns to normal… back to his protected
life of wealth and privilege… In time it all fades.”

Cliff Stern:
“I’m gonna make my move there, I think. But I have this ethical dilemma, see, cause
I’m married. My heart says one thing, my head says something else. It’s very hard to get
your heart and head together in life… In my case they’re not even friendly.”

Lester:
“What makes New York such a funny place is that there’s so much tension and pain
and misery and craziness here. And that’s the first part of comedy. But you’ve got to get
some distance from it. The thing to remember about comedy is that if it bends its
funny. If it breaks, it’s not funny… so you’ve got to get back from the pain… Comedy
is tragedy plus time.”

Rabbi Ben to Judah:
“There’s a fundamental difference in the way we see the world. You see it as harsh and
empty of values and pitiless, and I couldn’t go on living if I didn’t feel with all my heart
a moral structure with real meaning and forgiveness… and some kind of higher power.
Otherwise there’s no basis to know how to live. And I know you well enough to know
there’s a spark of that notion inside of you somewhere too.”

Professor Louis Levy:
“It is a strange paradox. When we fall in love, we are seeking to refind all or some of
the people to whom we were attached as children. On the other hand, we ask our
beloved to correct all of the wrongs that these early parents or siblings inflicted on us.
It contains in it the contradiction… and attempt to return to the past… and the
attempt to undo the past. We need to remember that when we are born, we need a
good deal of love to persuade us to stay in life.
“We are the sum total of our choices. Events unfold so unpredictably, so unfairly…
human happiness does not seem to have been included in the design of creation.
It is only we, with our capacity to love that gives meaning to the indifferent universe.
And yet, most human beings seem to have the ability to keep trying, and even to find
joy from simple things like their family, their work and from the hope that future generations
might understand more.”


(o Professos Louis Levy não chega ao fim do filme...)

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quarta-feira, fevereiro 08, 2006

O difícil equilíbrio...

No verão passado uma das minhas leituras foi “La Historia de los Arabes”, escrita por um libanês, Albert Hourani. Foi um acto de coragem, na exacta medida em que se tratava de um volume de largas centenas de páginas e com letra pequena, e onde, num grande esforço por ser objectivo e denotativo o historiador era às vezes um pouco asséptico. Estando porém bem atento, o leitor conseguia perceber as entrelinhas da coluna dorsal desta história. Os seus fulgores e os seus azares, e também a razão da sua actual deriva.
E a coluna dorsal era constituida pelas sucessivas cidades onde o califado repousava: Damasco, Bagdad, O Cairo, Istambul. Até que o Califado acabou. O Império Otomano perdeu a 1ª Grande Guerra. Aliás o Iraque pertencia-lhe...
E o fio de prumo da mesma história? A religião islâmica.
E a história começava com Maomé, com um prólogo breve a falar de uma pre-história das tribos árabes, que praticamente só disso se tratava. Maomé não fundou só uma religião. Mais do que isso, fundou uma civilização completa. Como civilização espelho temos a judaica, talvez, correndo riscos nas definições e hierarquias. A europeia não.
Hoje vivemos na ânsia de definir a Europa, esta península asiática em que estamos. A definição não é geográfica. Nasceu a Europa de hoje, repito – a Europa de hoje, da Expansão e da Razão. A Expansão seiscentista, a Razão das “luzes” de setecentos. E coincidiu com as “luzes” a relativização da religião cristã, até aí norte e iluminação do saber e da verdade. A ciência que progredia a passos velozes, a ramificação dos credos cristãos criando nuances na verdade que se queria absoluta, e intrumentos tão poderosos como os cérebros de Voltaire, Montesquieu, etc., tudo isto colocou o nervo cristão na defensiva e em perda, até hoje. E assim nasceu portanto a Europa, esta a que pertencemos sem necessidade de precisar dados geográficos, sem necessidade de especificar nem credo nem altar. Este momento fundamental de laicização de toda uma civilização, sedimentado violentamente através das guerras napoleónicas e demais convulsões do oitocentos, sentiu-se com força desigual pelo continente (por ex. nas áreas ortodoxas, eslavas, algo menos... mas Estaline fez o resto!).
No mundo Árabe isto, esta rotação de 180º, nunca aconteceu. E assim convivem lado a lado no mesmo ano do calendário dois mundos cuja evolução histórica das suas grelhas de descodificação do mundo, isto é, de como viver pessoalmente e em sociedade, como definir o bem e o mal, premiar um e julgar o outro, como interagir com o próximo, como constituir governo, como buscar a arte e a beleza, e a felicidade, como encarar a morte, enfim, têm vindo aparentemente a divergir cada vez mais, ou pelo menos a não convergir. E isto porque a Europa inventa, e o Mundo Árabe vai ainda beber à fonte corânica, que é toda a sua tradição (o Corão é praticamente o 1º livro árabe, tal o seu carácter fundacional), servindo-se dela para reagir contra a forma de estar “estrangeira”.

Esta pequena coisa que é a chamada “crise dos cartoons”, de interesse real pouco ou nulo, se exceptuarmos alguns mortos e feridos, vem porém levantar de uma forma aguda este busílis complicado: a civilização Europeia laica e a civilização Árabe religiosa parecem estar destinadas a conviver mal. E como lastro têm já a história colonial do Médio Oriente (muito mais importante do que as cruzadas...), onde discretamente nos pusémos por cima deles, e depois por fim ao sair deixámos por ali Israel...
Portanto, as caricaturas dinamarquesas são efectivamente uma ofensa grave para a grande maioria dos muçulmanos, para a grande maioria dos árabes. Maomé não é representável, muito menos assim...
Mas... e há sempre um mas... não por acaso recentemente um país muçulmano, a Turquia, começou formalmente a negociar a sua entrada na União Europeia. Na Turquia não houve qualquer embaixada queimada, nem qualquer vidro partido. A Turquia está nessa ponte geográfica mas mais ainda cultural, entre o Absoluto Islâmico e a atracção das “Luzes” (apimentada com os Euros...). Só assim se pode afirmar um país laico. Atartuk foi um filho tardio de Voltaire, uma espécie de Marquês de Pombal de princípio de século XX. O Iluminismo não era obrigatoriamente democrata. E assim, a religião Islâmica existe na Turquia relativizada, menos pública, menos omnipresente. No confronto entre a Europa das Relatividades e o Mundo Árabe dos Absolutos, só nos podemos permitir que ganhem os Monthy Phyton (o que estes não fariam com a figura de Maomé!)! E só podem ser estas as regras do jogo. Não é isto ser anti-religioso, mas sim a-religioso.
Donde que os muçulmanos dinamarqueses, ou outros quaisquer, podem e só pôr uma acção em tribunal contra o jornal em questão. Um tribunal civil. Onde espero que ganhem o processo. Ou nem me interessa. E manifestar-se o mais possível – pacificamente. E boicotar o que quiserem – estupidamente e injustamente para os milhares de trabalhadores que vão sofrer por isso sem terem contribuido para a confusão. Mais nada. Na Europa hoje faz-se assim e chega. Cuidado com a noção de multiculturalidade que permite que imãs importados do Médio Oriente decidam que a mutilação genital e os dois passos atrás para a mulher devem ser a european islamic way of life. Chega-se ao paradoxo de em França, o pais laico por antonomásia, o poder civil dialogar com os muçulmanos exclusivamente através dos líderes religiosos! Por outro lado a câmara de Roterdão emitiu um código de boas maneiras que incluia falar Holandês em público (tipo "ser bom Holandês é...).
Que não se confundam estas considerações com qualquer ideia de superioridade civilizacional ou outra, tipo “ganhámos”, etc. Não. Somos ainda racistas, e presunçosos. Perdidos do céu inventámos no século XX duas Guerras Mundiais, e duas ideologias atrozes como novas religiões, o Nazismo e o Estalinismo. Currículo este difícil de igualar. Perdemos. Há muitos séculos perdemos o contacto com os nossos irmãos do outro lado do Mare Mostrum, o Mediterrâneo.
Mas no que diz respeito à liberdade de expressão agora não estamos mal, acho. Estamos apenas um pouco confusos, só isso. Um pouco sózinhos. E lembramo-nos de que em Portugal cartoons similares sobre Jesus Cristo há umas poucas de décadas teriam dado cadeia ao autor. E em Espanha também.

E sabemos que o jornal dinamarquês só queria... provocar grosseiramente os muçulmanos dinamarqueses, os quais, em vez de ir falar com o director do colégio decidiram ir contar ao irmão mais velho, por acaso um tipo cadastrado...

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terça-feira, fevereiro 07, 2006

Rajoy na cidade de A Coruña


Mariano Rajoy visitou A Coruña em campanha contra o estatuto autonómico da Catalunha. Desta fotografia podemos concluir várias coisas:
1. Fraga está quase mas não morre...
2. Rajoy é a prova viva de que um gajo inteligente pode ser muito estúpido...
3. A Coruña é mesmo uma cidade aberta: entra lá cada matilha!...

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Paradise Now: o filme


Alguém viu este filme?

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A licenciosidade

Um delicioso comunicado do MNE português sobre "aquele assunto" hoje emitido, a determinado passo refere que "liberdade sem limites não é liberdade mas sim licenciosidade".
Não tendo talvez outra virtude, "este assunto" permitiu-me voltar a encontrar uma palavra antiga, usada em outros tempos...
Uma vez mais, Diogo Freitas do Amaral publica um comunicado de esquerda, a tal que é correcta, sensata, medrosa, etc., mas com vocabulário de direita!
As "Demoiselles de Avignon", conhecidas criaturas licenciosas duma rua de Barcelona, há cem anos "retratadas" por Picasso, que dirian de todo esto?

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Ainda o raio das caricaturas...


O editorial de hoje/ontem de "O Público" põe e muito bem o dedo na ferida: estamos a minimizar danos ou a esquecer princípios? Ou a esquecer ideias simples tais como a de que a Europa não é uma religião, por ex., portanto... ou seja, nós, os muçulmanos europeus também temos que fazer a nossa aprendizagem dos Relativos, pois a minha preocupação é com os muçulmanos europeus...
Agora que o Luis Salgado de Matos diga que a coisa até nem era nem para o Maomé, pois ele até nem está parecido... não lembra ao Judas! Ora vejam a página dinamarquesa original, embora com risco de que este blog sofra algum islamic hacking... era ou não era para fazer pouco do Maomé?

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segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Matchpoint - 3


Portanto, este filme tem uma moral. E esta moral gira à volta do destino do personagem interpretado por Scarlett Johansson. She made love just like she was supposed to do (diz ele). Estas pessoas nunca engravidam... não está descrito! A imagem final do filme pretende retratar um monstro. E o único elemento que falta no plano final, que eram dois (como naquela sala não estão seis mas sete...), seria talvez o único ser vivo em todo o filme.

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Matchpoint - dois


Ao contrário do que se passará na Europa, nos Estados Unidos, a crítica não é unânime sobre o filme Matchpoint. É sim unânime sobre o facto de que este filme é algo de novo, pelo menos em relação aos últimos dez anos de filmes W Allen. São também unânimes em como W Allen não participa no filme. Nós também estamos de acordo....
Polémicas? Por exemplo: está ou não está W Allen (“em espírito”) “dentro” do filme? Jonathan Rhys-Meyers é um prodígio de subtileza e complexidade ou pelo contrário um completo misscast? Scarlett Johansson “está bem” ou mal? E os restantes actores? Apáticos, ou “envolventes”? Londres e Belgravia estão aqui bem tratadas ou apenas em grosseiro esboço? O prólogo do filme, os primeiros 20’ de “introdução” do protagonista na alta-roda londrina são um conjunto de clichés “mal passados”, ou um demonstrar de boa concisão narrativa? E importa ou não portanto pensar que este W Allen amoralista é o acusado de assédio sexual de menor e que está casado com a filha (adoptada) da ex-mulher Mia Farrow? Who’s the tennis player after all? Does W Allen play tennis?
A verdade estará algures no meio disto tudo ou, sendo um filme e portanto um objecto sujeitável a interpretações plurais, a verdade estará em tudo isto. Por ex.: estes personagens parecem efectivamente pouco desenhados e algo programáticos, motivos para o desenvolvimento da tese que o filme é. Mas já não era assim em outros filmes de W Allen? Só que nesses filmes, novaiorquinos até à medula, bastava às pessoas sorrir e dizer “olá” para se tornarem nossas velhas conhecidas, mais um peão num velho universo muito nosso. Aqui isto é Londres, e há efectivamente alguma sensação de postal... Porém, os dois personagens principais têm lá tudo, e eles são o filme. Nunca saberemos se W Allen joga ténis, supomos que não, tenho ideia que a sua é o clarinete. Porém um filme como este, sem moral e sem uma lógica externa para nos oferecer, cria um óbvio mal-estar no espectador que, como pequena vingança se poderá lembrar da estória recente mediática de W Allen e M Farrow e questionar a inocência do nosso herói.
Claro que podemos fazer a leitura em negativo, e colocar neste filme um libelo cortante contra a masculina incontrolável sede de poder/prazer/whatever do detestável personagem que Jonathan Rhys- Meiers tão bem encarna. Ao contrário de em “Crimes & Misdemeanors”, não temos tanta certeza de que tudo acaba ironicamente em bem (exceptuando uma morte, claro...). Aqui no fim não se dança cegamente.
Será óbvio defeito meu (e de muitos...) simpatizar com o único pobre-diabo mais ou menos ok do filme, a nossa Scarlett. Mas julgo que este defeito é também partilhado por W Allen. Desejada não amada, objecto luxuoso que desencadeou paixões que lhe foram letais, sem se aperceber nem ter qualquer controle sobre o acontecido. Em nenhum momento o filme lhe atribui qualquer culpa. Nem nos vários momentos de namoro nem nos diálogos telefónicos nem na gravidez. A sua criação não é a de um realizador misógino. Antes pelo contrário. Scarlett .
E é esta a defesa que apresento em favor de W Allen, e abandono aqui a minha também pequena sede de vingança: saí desconfortável do filme apenas porque sou homem.

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domingo, fevereiro 05, 2006

Helena Matos e Evo Morales


A Bolívia é um país muito pobre. A maioria da população é indígena, que é como quem diz índia. Ontem Helena Matos no jornal "O Público" teceu determinadas considerações sobre o recém empossado presidente boliviano Evo Morales, que não posso deixar passar em claro. Quem conhece a América Latina entende o que se está a passar na Bolívia. Pode não concordar, e até, por questões ideológicas e de classe (eg. Mario Vargas Llosa), discordar muito. Este não é o caso da jornalista em questão. A Bolívia é quase um "país zero": que está por fazer. Governado sucessivamente por governos corruptos civis ou militares da minoria branca, a sua pouca riqueza está nas mãos de pouquíssimos. Os mesmos que, quando descobriram que tinham petróleo e gás no quintal (os seus latifúndios), logo pediram uma reforma federal, para que La Paz não ganhasse ni un duro com a riqueza encontrada, e ameaçaram com a secessão das agora ricas províncias orientais.
Nós os europeus, eufóricos por termos criado a maior potência mundial na nossa fúria migratória - os Estados Unidos - já mal nos lembramos que a América Latina é também produto nosso. Uma sucessão de países de língua castelhana, à excepção do Haiti, das Guianas e do Brasil, com fronteiras artificiais criadas no tempo colonial, o que não impede que patriotismos estranhos já tenham originado mais do que uma guerra fronteiriça, sendo a mais célebre aquela em que o Chile roubou a saída para o mar a esta Bolívia de que estamos a falar. Em todas estas terras havia índios, povos autóctones que, pela doença, pela escravatura ou pela guerra, foram progressivamente desaparecendo e passaram de maioria a reprimir a minoria reprimida ou até esquecida. Para confundir ainda mais, em alguns países a importação abundante de africanos veio criar uma outra classe de oprimidos.
Nas zonas mais pobres do continente, Paraguai, Peru, Bolívia, Equador, os índios são ainda a maioria da população. E lentamente ganham consciência da sua força, inspirados não tanto em Fidel Castro mas por ex. no zapatista subcomandante Marcos, esse estranho personagem de novela que tanto enerva os brancos mexicanos. Hugo Chavez, Alejandro Toledo e agora Evo Morales, serão nem melhores nem piores do que os anteriores governantes destes desgraçados países. Parecem-se sim mais com o seu povo, quanto mais não seja na cara.
Falemos um pouco de Evo Morales. A folha da coca é uma cultura tradicional dos Andes central e setentrional. Com a campanha herbicida colombiana, o seu cultivo para produzir cocaína desceu para o Peru e a Bolívia, transformando o que era pouco mais que uma cultura de subsistência. A economia boliviana viveu recentemente anos duros, derivados das crises vizinhas argentina e brasileira. Entregue ao FMI e ao "Plano Dignidad" de inspiração USA para obter um nível de cultivo de coca zero, a sementeira para a rebeldia estava feita. Conta a internet, não sei se será verdade se será mentira, que o líder sindical Evo Morales nasceu quando quiseram privatizar as águas lá na sua terra. Ao mesmo tempo, uma estranha lei proibia que se colhesse a água da chuva, a forma mais habitual dos pobres obterem água, suponho... Foi aqui a primeira greve, o 1º movimento de massas, e foi há 6 anos. Dois anos depois já era ele deputado e candidato à Presidência, obtendo 20% dos votos. Agora foram 53%... Vargas Llosa diz que Evo Morales é uma fabricação, um títere. Só se fôr da incapacidade da minoria branca de fazer o que quer que seja que não para o seu próprio bem. Antes os votos dos índios na Bolívia seriam comprados, como o eram os dos pescadores em Ovar há cem anos, ou os dos jornaleiros, agora parece que já não. Não sei se este homem que gosta de camisolas garridas tecidas em lã de lama será um bom presidente. Espero, para o bem dos bolivianos, herdeiros das velhas civilizações andinas, que sim.
Já me esquecia da Helena de Matos. O Japão vive tempos esquisitos. Têm agora uma manga best-seller onde se caricaturam os coreanos (mais precisamente as coreanas) como serial-killers, e um outro livro também best-seller defende que a colonização pelo Japão dos seus vizinhos, a China, e sobretudo a Coreia, só lhes fez bem, desenvolveu-os, etc. A culpa nacional é dos sentimentos mais difíceis de digerir. Os complexos de superioridade civilizacionais também. Ó Helena, vai pró Japão, tá bem?

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sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Caricaturas - fim

Lendo hoje "O Público" afinal descobrimos que o livro sobre Maomé, cuja dificuldade em obter ilustrações foi o primus movens de toda esta história, talvez não fôsse dos mais "limpos e objectivos", enfim, difíceis tempos estes...
Porém dá que pensar agora mais que nunca a expressão "diálogo de civilizações". Civilizações cujas premissas são afinal não muito longínquas, mas cujo desenvolvimento a partir daí levou a divergências tão profundas! Como dito, a questão está entre os Absolutos e os Relativos de um e de outro lado da fronteira.
Que globalização esta que não existe no mais precioso de nós mesmos...

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quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Matchpoint - 1


"I just want to make some contribution..." Quem diz isto é o protagonista do filme Matchpoint, o amante de Scarlett,o "trepas". E é só isto? Queria ele mesmo dizer aquelas palavras? Ou eram já só uma casca, uma superfície de representação, um ectoplasma para iludir todos os presentes - "vejam eu existo, eu penso, eu sou fantástico, e sinceramente quero fazer alguma coisa" - mas contribuir como? O actor escolhido é uma imagem em espelho de Scarlett, o corpo ainda mais perfeito, os lábios de Simon Le Bon, os olhos convenientemente claros, e sempre a tentar um jogo de transparências com quem para elhes olhava. Estaremos a falar dum psicopata? Saimos do filme sem essa certeza, e aqui está o problema. Dostoievsky aparece destacado como leitura, "Crime e Castigo", uma piada premonitória. Chega um momento em que todos nos sentimos "imensamente culpados". Até que aprendemos a lidar com isso. E reparamos que ninguém se importa. Ou quer saber. E que a sorte, a bola de jogo, está do nosso lado, ao cair para o lado do adversário. Não sei, sinceramente não sei o que fazer com o primeiro plano da cara do protagonista, desviado, com que o filme acaba. Pela primeiríssima vez apetece dizer que esta opus de W Allen pede a sequel. Porque naquela cara eu vejo todo o peso desse balanço entre a sorte e a culpa. A palavra "cancro" vem de cancer, caranguejo. Eis como eu vejo aquela cara. Na imagem que aqui disponho estão amante e noivo a olhar para Scarlett. E o que significava ela para um e para outro? Para o noivo, haxixe de Ketama, do melhor. Para o amante droga dura, cocaína de Medellín. Talvez o plano final seja não mais do que alguém em síndrome de abstinência.

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Maomé - 2


E parabéns ao Luis Afonso do Público. E recomendações a todos os muçulmanos: não se esqueçam que a Teoria da Relatividade apareceu já há mais ou menos cem anos, descoberta por um agnóstico.

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As caricaturas a Maomé - 1


Sobre este tema, suponho que já conhecido de todos, cito o editorial de ontem do El Pais: "Toda persona debe ser respetuosa con las creencias de los demás. Por desgracia, no está tan asumido que pueda expresar libremente las suyas, si las tiene. El fanatismo es una planta que crece en muchas religiones, pero el mundo islâmico ofrece hoy una cosecha muy extensa. (...) Creer que sólo en el mundo islâmico existe la intolerancia religiosa seria un ejercicio fatuo de autocomplacencia. Pero ignorar que el integrismo religioso se expande vertiginosamente entre los creyentes musulmanes seria ponerse una venda ante la realidad."
A imagem que anexo saiu julgo que ontem no France Soir, como solidariedade aos cartoonistas dinamarqueses, e nela Cristo diz a Maomé algo como: "não te preocupes, a mim também já fizeram o mesmo." Logo depois, o dono do France Soir despediu o director do jornal... e pediu desculpa. Por outro lado não esqueçamos que na Dinamarca grassa politicamente hoje um populismo Le Pen-like, em confronto com uma comunidade muçulmana mt. numerosa... donde é difícil reclamar absoluta inocência para as tais caricaturas...
O facto é que hoje praticamente todos os europeus em todo o Médio Oriente correm um risco de vida com ressonâncias medievais...

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Sá Pinto


Destes já não há mais.

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Matchpoint - parte zero


"The man who said "I'd rather be lucky than good" saw deeply into life. People are afraid to face how great a part of life is dependent on luck. It's scary to think so much is out of one's control. There are moments in a match when the ball hits the top of the net and for a split second it can either go forward or fall back. With a little luck it goes forward and you win. Or maybe it doesn't and you lose."
Estas são as primeiras palavras que se ouvem em "Matchpoint", este filme W Allen agora britânico. E não parece, mas é (também) um filme sobre Scarlett Johanson. Assim como não parece, mas é um filme "sobre" Jonathan Rhys Meyers, in a way. Falaremos. Mas desde já aviso. W Allen s´ficou atípico para disfarçar: o filme é seu. Recomendo visão urgente de "Crimes and Misdemeanors", filme quase com 20 anos, temática igual.

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