quarta-feira, setembro 04, 2013

Não entretem o Poente de Lisboa como a casa de Gente Boa.

Quinta-feira foi o dia reservado para jantar em casa de gente Muito Amiga. O Luís e a Cláudia são pais de três valerosas raparigas. A do meio estava algo adoentada, pelo que o convívio teve de ser restrito ao jantar. Como sobreviver até lá? Voltámos a falhar a exposição da Joaninha. Desta vez, pelo contrário, a expo não só estava aberta como tinha uma fila para adquirir bilhetes de umas sessenta pessoas. Passámos. Estranho foi poder visitar o claustro dos Jerónimos de graça. Vê-lo não, eram às dezenas, e nem o claustro mais bonito do mundo resiste, ou quase. Se vou a Lisboa e não visito os Jerónimos passa-se qualquer coisa. Ter acontecido os Jerónimos justifica um País. Almoçamos numa pizzaria muito perto do Padrão dos Descobrimentos. Pelos vistos agora é muito in soprarem-nos uns borrifos de água para cima em calor havendo. No começo é giro, para o fim irritante. Depois acudi ao recém aberto - mas, descobri, despido - Museu de Arte Popular. Pavilhão da exposição do Mundo Português de 1940 reconvertido a museu em 48, esteve muitos anos abandonado. Entrar nele é uma viagem ao Portugal idealizado dos anos quarenta, idealizado pelo Estado Novo e curiosamente com a colaboração de alguma intelectualidade plástica- esculturas exteriores de Barata Feyo, murais interiores de Carlos Botelho e Eduardo Anahory...
Meio século depois ergueu-se outra história para ser contada, o CCB. Que em dez anos seria tomado e parasitado pelo nosso "aveque"-"nãoaveque"-"sulafricanomadêrense" Joe Berardo. Fomos ao Museu Berardo. O Museu Berardo é de entrada grátis, livre, frei, free. Por isso é mais visitado do que Serralves. Divide a sua exposição em dois sectores, 1900-1960 e 1960-2010. À entrada de cada sector por ordem alfabética exibe-se os nomes de tooooodos os artistas. Não está tudo. Mas há muito. Desde Khitaj a Picasso. Desde Balthus a Picabia. Alguns portugueses seleccionados. O retrato de Berardo por Pomar, encomenda não paixão, pareceu-me, à entrada. Gostei mesmo muito duma série de fotografias de Fernando Lemos. O museu Berardo também cansa. A igreja-salão dos Jerónimos só pôde ser visitada ao fim da tarde. A minha filha ficou muda de espanto. Eu fico sempre.
Fomos jantar com gente Muito Amiga e isso foi Muito Bom. Mas por aqui me fico.