sexta-feira, setembro 29, 2006

New World Observer 2005


Scott Monteith é o DJ do momento em Montreal-Canadá.
E o disco chill out do momento é este seu lançamemto. Ambient como não há mais, muito dub, muito subhouse, um cheirinho a pop aqui e ali, com alguma voz feminina a contento.
Um single óbvio: "port-au-prince", e um tema de nome "abu ghraib" que lembra Mouse on Mars, by the way... de Vulvaland...

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quinta-feira, setembro 28, 2006

Vulvaland 1994


Os Mouse on Mars são o duo electrónico que mais nome tem dado à Alemanha nestes últimos quinze anos, muito antes de editoras como a Sonar Kolectiv, a K7 e outras terem aparecido no virar do milénio.
São inclassificáveis - às vezes. Outras vezes não. Tomei contacto com os doutos com esta coisa de 1994, uma discreta edição na Too Pure inglesa e que mistura subtechno com dub e ex-krautrock. Um tema chama-se "chagrin", outro "die seele von brian wilson". Percebem? Pois claro.
O nome do disco não deixa de ter a sua graça.
Um dos meus discos mais ouvidos, e olhem que eu tenho bastantes.

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quarta-feira, setembro 27, 2006

Em 1949 era outra conversa...(gracias, Bego)

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terça-feira, setembro 26, 2006

A 3ª feira antes da 4ª feira


Eu explico o problema do Porto, os quatro problemas: Bosingwa, Bruno Alves, Pepe e Ricardo Costa. Com uma defesa assim NINGUÉM passa à 2ª fase da Champions. E disto Jesualdo não tem culpa. Tem culpa sim quando decapita a equipa ao substituir Anderson.

Quanto ao Benfica: O Manchester está mais esperto que o ano passado, o treinador chama-se Fernando Santos, e não havia Rui Costa.

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segunda-feira, setembro 25, 2006

Vila-Matas

No Leituras...

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You Are Here 2003


Eis uma colectânea da editora de Matthew Herbert e arredores. Para quem deseja conhecer um dos continentes que melhor fez a transição do milénio - a minimal house/electro pop alternativa, este é o disco a reter. Herbert oferece três temas, três, e aparecem também os Soft Pink Truth, entre outros ilustres - e óptimos - desconhecidos...

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One Trick Pony 1980


Este disco de Paul Simon. Mas este disco é também de Richard Tee, Steve Gadd, Tony Levin e Eric Gale, os músicos que deram corpo ao quente som que doura brilhantemente a pílula de um album pouco mais do que mais ou menos. Mas, claro, sendo de Paul Simon tem sempre algumas canções mágicas, como o tema-título:

ONE TRICK PONY

He's a one trick pony
One trick is all that horse can do
He does one trick only
It's the principal source of his revenue
And when he steps into the spotlight
You can feel the heat of his heart
Come rising through

See how he dances
See how he loops from side to side
See how he prances
The way his hooves just seem to glide
He's just a one trick pony (that's all he is)
But he turns that trick with pride

He makes it look so easy
He looks so clean
He moves like God's
Immaculate machine
He makes me think about
All of these extra movements I make
And all of this herky-jerky motion
And the bag of tricks it takes
To get me through my working day
One-trick pony

He's a one trick pony
He either fails or he succeeds
He gives his testimony
Then he relaxes in the weeds
He's got one trick to last a lifetime
But that's all a pony needs

Paul Simon

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domingo, setembro 24, 2006

Notícias de um Desfiladeiro

Era um decote difícil de ignorar. Os seios eram bem desenhados e o sol tinha feito neles um trabalho uniforme. A blusa era folhada, escura, e tinha como que uns atilhos, que em tempos antigos teriam sido pensados para recatar aquilo que ia ser, nesta reunião de negócios, a omnipresença de uns seios. Quando fora a última vez que aquele par de atilhos se tinham cruzado e desenhado um nó?
Era um dos hóteis de cinco estrelas da Avenida da Boavista e estávamos ali para marcar as salas para um congresso sobre “Análise de Fluxos”. Um tema interessante para mim, porque sou um químico. E era um congresso internacional.
A portadora dos atrás mencionados fazia o favor de, pelo contrário, guardar o seu umbigo para si. Aliás, as escolhas de guarda-roupa sofriam de algum anacronismo, o cinto dourado, grosso, a desenhar a linha de cintura onde hoje em Portugal se exibe preferencialmente os hectogramas a mais. Que certamente por ali estariam. Esta alguma antiguidade no vestir deslocava a minha interlocutora para o seu lugar: ela era um topo de gama nas relações públicas da empresa a que pertencia, e que iria patrocinar o nosso congresso.
Mas ela não falava comigo. Falava com uma colega minha, a organizadora principal do evento. Eu era apenas uma espécie de acompanhante. Eu observava, e tirava apontamentos, desenhos não porque não era o caso. A minha colega lembrava-me a Anabela, aquela cantora do My Fair Lady, não sei se sabem de quem eu falo. O desenho do nariz era o mesmo, a colocação da voz também. Estava sempre à espera que a minha colega começasse a cantar. Não aconteceu. A minha colega não tinha muito peito. A ausência defensiva de decote não retirava ao vestido a elegância que efectivamente tinha. A pasta pousada ao lado no chão denunciava o paradoxo: uma química sem a dita. As sandálias eram ainda de verão, num jogo de cores algo demasiado brasileiro para a ocasião, e deixava ver dedos dos pés compridos, ocorrência curiosa em mulher pequena. Enfim, os dedos dos pés podem sempre sempre encarados como o fim de um corpo que não se deseja. Podemos ali virar as costas e ir embora. Não era o meu caso: tinhamos que escolher as salas. Eu não podia ir embora.
Uma terceira jovem estava ali connosco. Era morena, magra, e pertencia à empresa que trataria do catering organizacional da reunião. Não tenho muito mais para dizer. Era despachada, eficiente, rápida. Tinha um rir tropeçado que não a favorecia. O corpo ladino. Era a melhor calçada de todas, sandálias com salto, prateadas, duas ou três tiras a segurar o pé como lianas.
Mas era difícil reparar nestas coisas todas, decidir se as salas e se as inscrições e remover aqueles seios da frente. A voz, a voz era uma possibilidade de remoção, era como um queixume, um sofrimento, vinda de Lisboa sem ninguém que conduzisse por/para ela, e ter que voltar ainda para uma “reunião de ciclo” – menstrual, pensei? – todos aqueles ensinamentos, todos aqueles conselhos, cedidos a troco de aparentemente nada, tanta experiência... imaginei a voz dela a sentenciar um encontro de amor “então, é assim que isto se acaba?”, ou coisa parecida, e logo depois ouvi o som de facas a serem remexidas...
A nossa interlocutora mantinha sempre o cenho franzido, como portadora de um cansaço antigo. Teria sido a viagem, seria esta necessidade de ensinar coisas a quem de alguma forma lhe condicionava o pão. Não desarmava aquele franzir à direita, como um uniforme, a voz, os seios. O decote mais de um palmo, não que a medida tivesse sido feita. Como se um fenómeno tectónico, um descer de terras, propício a causar numerosas vítimas de um terceiro mundo qualquer.
E eu para ali, sem ninguém com quem apenas tomar um café.
No fim veio uma miúda do hotel mostrar as salas, acertar o número provável de pessoas, um jantar, dois almoços. Era feia, mas simpática. Pagou-nos o estacionamento no fim.

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Downtown and Back


A periferia é a periferia, e mais ainda quando o é de uma cidade pequena como a cidade do Porto. Cansado de procurar determinado livro nas livrarias dos centros comerciais que povoam os caminhos entre o meu local de trabalho e o meu domicílio, peguei no carrinho e virei 90º em direcção à Invicta urbe.
A partir do meio da tarde é relativamente simples entrar no Porto. Na Baixa não vive quase ninguém , e quem vive ou não tem carro, ou não sai da Baixa. O trânsito com o qual convivemos era de atravessamento, ou ainda laboral. Como estacionar no Porto é hoje em dia (pagando bastante) demasiado fácil, dúvidas não tive e acabei no subsolo a cem metros do meu destino primário, a Livraria Leitura.
Ao ascender do subsolo até à praça dos Leões, terreno tornado demasiado asséptico pela Porto 2001, quase desmaio ao ver a Igreja e Torre dos Clérigos completamente tomada pela Sagres Bohemia. Mais uma obra do consulado RR, os meus parabéns. 2006 é o ano em que eu aprendi: tudo é possível.
A Leitura faz parte dos meus anos de aprendizagem da coisa que se lê, anos oitenta portanto. A estante da poesia era à direita da porta quem entra, de frente para a caixa. Horas e horas ali se passaram, lendo, auscultando edições raras, separatas perdidas, etc. Das pessoas que então trabalhavam na Leitura só a menina da caixa e um outro cinzento elemento sobreviveram, se esquecermos algum do pessoal da Leitura Arte. Sim, porque então a Leitura Arte ficava na José Falcão na galeria anexa aos cinemas Lumiére. Foram estes dos melhores tempos da minha vida, tempos ordenados e juvenis, andava eu portanto a aprender a ler, e a ver. Tocar viria depois.
A Leitura de hoje vive menos da sua actividade de livraria de livros “comuns”– estava deserta – e mais das secções especializadas no sector ex-Arte, com o qual se comunica por uma passagem com escadinhas. Este semi-abandono, concluído com funcionários que variam entre o “raro” e o “antipático”, permite-lhe porém, como instituição que é, ter os livros mais estranhos, as edições mais inesperadas. Mas o livro que eu queria não estava lá.
Paguei na caixa outro livro que me pareceu interessante, humilde homenagem à melhor livraria do Porto, pese quaisquer reparos, e dirigi-me à livraria da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Na triangular praçinha do meu bombeiro homónimo – Guilherme Gomes Fernandes, na esquina com José Falcão reside um prédio horrível, estilo-Trofa, de bastantes andares, com umas varandas à Ermesinde. No R/C e 1º andar desta aberração está a livraria oficial do Estado Nacional... Ou melhor´só no 1º andar, que a recepção do R/C nunca eu percebi nestes anos para que existe.
Em tempos mais alegres a INCM editou uma pequena colecção de poesia contemporânea. Comprei muitos desses pequenos livros, por tuta-e-meia, no tal 1º andar. Há coisas que nunca mudam, e o atendimento, felizmente, seguia igual – a pedido... Sendo edição da INCM muito se estranharia não encontrar o livro desejado, bem como o 1º volume das poesias de V Nemésio, que faltava há muito. Paguei, desejaram-me bom fim-de-semana.
A praça do meu homónimo bombeiro tem vários arrumadores de carros, sinal do êxito das campanhas de limpeza étnica do RR, presidente da edilidade. Um deles intervalava pedindo à porta dum dos clássicos da zona, a padaria Ribeiro. Entrei, comprei ¼ de quilo de “fidalgos”, doce da minha infância consumido aos quintais em convalescença de parotidite. Na padaria Ribeiro continua-se a pedir à direita e pagar na caixa à esquerda mediante a apresentação de um ticket hoje, antes uns papelinhos de 3x2 cm escritos a caneta. Tenho saudades das minhas visitas frequentes à padaria Ribeiro.
Recolhido o veículo, agora residia o problema em como evitar o trânsito de saída da Baixa. Por enquanto, é ainda a Baixa Portuense um grande centro empregador. Quem lá trabalha mora na Maia, em Matosinhos, em Gaia ou, se mais afortunado, em alguma urbanização das freguesias de Aldoar, Ramalde, Paranhos.
Após rodear a passo o jardim do Carregal, e evitando cuidadosamente reflectir no espanto do edifício novo do Santo António – EPE, tentei – mas não consegui – meter pela Restauração. Fui portanto obrigado a passar no passeio das Virtudes após bordejar a cooperativa Árvore (que é feito dela?), ir ter às Taipas e descer até à ordem de S.Francisco, zona que muito bem conheço de outras luas. Terminei na junta de freguesia de S.Nicolau e na marginal ribeirinha e embiquei para ocidente, entalado entre o granito da Alfândega Nova e Miragaia. Por cima de Miragaia, vários espaços de verde à espera de um destino ornamentam a encosta. Não esqueçamos porém: a base disto tudo é Miragaia, e a Miragaia a Alfândega Nova retirou quase a razão de existir: Gaia, onde está? Não se vê... ironias. Miragaia onde já se notam algumas fissuras no aprumo das casas feito para a Cimeira Ibero-Americana.
Deixando à direita em cima o palácio das Sereias, do outro lado do rio entrevê-se a zona do casco histórico de Gaia que, desde sempre mais curiosidade me suscita: a zona do Castelo. Que ali terá havido um, e que ali também, bem a jusante do morro fundador da Sé terá nascido Cale... O Castelo de Gaia, conjunto de casario que ao longe me parece sem defeito, está englobado nos projectos de reabilitação do LFM. A ver trememos...
Passando lentamente o viaduto recente que devassa o rio, o postal que nos fica à direita e que termina na igreja de Massarelos já está coberto a 50% pois ali vai-se fazer um Monchique Residence, ou coisa assim... e no meio aconteceu a reconstrução destrutiva de uma casa.
Passando os semáforos já em terra firme, à direita os Armazens Frigoríficos estão esventrados pelo aproveitamento residencial que os tomou de assalto. A beleza do edifício era a sua parede nua, com o brazão comercial a meio, era o adivinhar de uma grande nave, de um enorme vão (seria mesmo, ou invento?) por detrás daquela parede lisa e erecta, muda, cor de terra. Agora dezenas de frinchas rectangulares a um tempo atrevidas e adolescentes retalharam a tal parede de que eu gostava tanto. A ser assim melhor deitar abaixo e fazer um novo bonito... não sei.
O resto do caminho já pertence a uma das mnhas rotinas mais recentes, o voltar a casa por caminho não muito curto, vendo rio e mar. A ponte da Arrábida é sempre um prazer para os olhos. Estivesse classificada e não teria sido possível construir aquele condomínio neo-Barredo que a antecede. E logo a seguir descobri que a Secil... já não está lá. Está assim a velha pedreira mais à vista. O que vai acontecer ali? Mais à direita o Aleixo, e não há palavras para descrever o Aleixo.
Rodando para o Campo Alegre, uma mancha verde que é só mancha, lateral ao Fluvial Portuense, onde também se constrói. Atravesso o parque da Pasteleira e as suas pontes de madeira, e ganho as traseiras de Serralves, em mais um daqueles interfaces, tão típicos do Porto, entre zona pobre social e casas de gente rica. A transição praticamente não existe e, por enquanto, também não há divisória. Estou no meio de uma linha de parques que o Porto ocidental possui – Pasteleira, Serralves, Parque da Cidade. Cada um muito diferente dos outros.
Rodei para a esquerda para a praça do Império – que o houve, dizem – e usando os sentidos únicos das ruas da Foz/Nevogilde (outra péssima ideia, elas sucedem-se...) desço pela rua do Restaurante Bule (comi lá muito bem há 18 anos...), e saio ao mar, Castelo do Queijo, Edifício Transparente, Matosinhos.
E chego.

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Em terras de Redondela de Galiza


Redondela é uma pequena cidade perto de Vigo. Conhece-a quem viaja de comboio e aprende que em Redondela os comboios ou seguem para Santiago ou descem para Vigo. Mas Redondela não é uma cidade ferroviária, não é uma espécie de Entroncamento das Galizas.
Redondela fica no fundo de um vale que desagua na ria de Vigo, na baía de San Simon, através da praia de Cesantes. Vale que é atravessado por duas pontes ferroviárias, uma delas ainda activa, e que, mais do que atravessar o vale, o atravessam sobre Redondela.
Redondela é assim a tal cidade que tem as pontes de comboio por cima.
O centro de Redondela é uma alameda que acompanha um pequeno rio. O seu espaço parece delimitado em altura pelas duas pontes. Estando a tomar um café ou uma cerveja numa qualquer esplanada da rua principal, é como se estivéssemos no fundo de uma caixa, extremos de metal e pedra (as pontes), o tampo aberto para um céu que como galego faz gala em ser incerto. Para Cesantes pode-se ir a pé, passando a estação ferroviária, serão uns dois kms. E de Cesantes vê-se as ilhas de San Simon e San Anton, a ponte de Rande, o início da volumetria viguesa.
A minha esposa nasceu em Redondela. Já tentei que o meu país soubesse do acontecido, quero eu dizer o casamento, mas a certidão saída do cartório local dizia que eu tinha casado com um homem, e enganava-se na data, na minha idade, etc. Nem me lembro se algum dado dos que apareciam na certidão era correcto. Até hoje. Este ano vamos voltar a tentar.

A minha esposa tem família em Redondela, nomeadamente uma tia murciana que é viúva de um irmão da minha falecida sogra. A tia Regina tinha quatro filhos, o segundo velho trabalha nos seguros, a mais nova em turismo. Os primeiro e terceiro, Javier e Ana, faleceram num acidente de viação, há já uns dez anos. Chocaram com um condutor português que se impacientou por ir detrás de um camião e assim provocou um choque frontal. O português não morreu. Os amigos do português resolveram dizer que ele não tinha sido culpado e o processo arrastou-se anos. Eles vinham de assistir a um evento desportivo qualquer onde tinham participado os filhos de Javier. Que não morreram pois voltaram na carrinha do clube.
A tia Regina nunca mais riu. Ainda veste de luto e usa o cenho franzido. Antes era a festa da casa, dizem.
Em Espanha está agora de moda a malta jovem alugar em conjunto rés-do-chão vagos,
bajos, para as suas festas de fim-de-semana. Assim podem gastar as suas litronas em privado. Em frente à casa da tia Regina um bajo esteve em actividade de sexta para sábado, e de sábado pra domingo. Ela diz que já se habituou. Também nós acabámos por dormir. E suponho que a malta nova também.
Na casa da tia Regina sucedem-se as recordações dos filhos desaparecidos. A minha esposa lembra-se bem deles, e parece que eram boa gente.
O irmão mais velho está casado como uma espaventosa funcionária da câmara de Redondela. A qual terá problemas na coluna cervical e lipotímias frequentes. Fez questão em ser observada pela equipa num desses episódios.
Curiosamente o bairro onde fica o apartamento da tia Regina tem já campo nas traseiras, e um apeadeiro, semi-destruido, mas onde os comboios param. O aspecto do apeadeiro, os grafitti, os silvados que o rodeiam servem para te lembrar que ali estás por cima de Redondela, mas é só isso.

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quinta-feira, setembro 21, 2006

Bueno, bueno, bueno...

SEÑOR: ¡QUIERO ABRIR UNA PUTA CUENTA EN ESTE BANCO DE MIERDA!
CAJERA: POR FAVOR SEÑOR, ESTÁ PROHIBIDO HABLAR DE ESA MANERA AQUÍ.
SEÑOR:¿POR QUÉ COÑO NO PUEDO HABLAR COMO ME SALE DE LOS GÜEVOS? CAJERA: SEÑOR, LE SUPLICO QUE DEJE DE DECIR VULGARIDADES.
SEÑOR: ME TOCA LOS COJONES LO QUE USTED ME PIDA, YO SOLO QUIERO ABRIR UNA JODIDA CUENTA EN ESTE BANCO DE SU PUTA MADRE.
CAJERA: LO SIENTO, PERO NO ME DEJA OTRA OPCIÓN QUE AVISAR AL GERENTE.
GERENTE: DISCULPE CABALLERO, ¿PUEDO AYUDARLE EN ALGO?
SEÑOR:¡VAYA GILIPOLLEZ DE PREGUNTA! ¡CLARO QUE ME PUEDES AYUDAR, SOPLA POLLAS!¡ ACABO DE GANAR 50 PUTOS MILLONES DE EUROS EN LA LOTERÍA Y QUIERO ABRIR UNA CUENTA EN ESTE BANCO TOCAPELOTAS!..
GERENTE: ¡AH, YA VEO!.... Y ESTA ZORRA LE ESTÁ PONIENDO PEGAS, ¡PERO QUÉ HIJA DE PUTA!

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quarta-feira, setembro 20, 2006

o poema de que se fala

"Eu não quero entrar mais em esquemas1
Nem falar muito...
A mim?! Foda-se, (o *)?
Foda-se, isso é tudo (*)!2
Não, não me dá garantia nenhuma
(o *)!
Nada, zero! Ninguém me dá!3...
Ouça lá, eu,
Neste momento é tudo (feito) para nos
Roubar! Ó pá
Mas é evidente! Mas isso é demasiado evidente4,
Carago! (Ó *), eu não quero nem me tenho
Chateado com isto,
Porque eu estou a fazer isto
Por (pelo) outro lado5.
Não, não quero nenhum!
(O *) também não quero!
Ouça, é tudo para nos foder!
(O *...) Pode vir (o*)6.
Agora o que eu queria...
(...)"


Este novo poeta da nossa praça, recentemente "escutado", tem já a veneração de seis milhões de portugueses, e é efectivamente um rei da spoken word.A solidão explosiva, os objectivos sem objecto, a sexualidade abrupta, a arbitragem impossível de um conflito sem solução, a humanidade ao rubro...

Notas:
1: a fuga à rebeldia como rotina
2: repare-se no nihilismo avassalador
3: a ausência da dávida a contrastar com a expoliação depois denunciada
4: o texto reiterativo como figura de estilo usada superiormente
5: e há sempre o outro lado...
6: a humanidade afinal!

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terça-feira, setembro 19, 2006

Um "Bento" bíblico abrasador...


Através deste link podemos consultar a conferência dada em 12/09 pelo Papa Bento XVI na Alemanha. Nem a referência a Maomé é colateral, nem o tom do texto é inocente. A conferência termina justamente fazendo gala de distinguir-se o "Ocidente" como a terra onde a aliança entre o cristianismo e a razão se fez, entre Roma e Atenas. E a última frase do texto volta a citar o imperador bizantino do séc. XIV que tão firmemente maltratou os ensinamentos de Maomé. Não admira, estava então Constantinopla cercada pelos turcos... O "Ocidente", essa velha noção que teima em não morrer num planeta que teima em só ser um, e não dois...
PS.: Bento XVI já terá dito ser contra a adesão da Turquia à UE. Por alma de quem a sua opinião importa?

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17.


E uns têm sempre mais do que outros.

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domingo, setembro 17, 2006

Com dedicatória

Era um jovem malsano e esquivo,
desconheciam-lhe
quaisquer virtudes, o riso,
a cólera ocasional, dinheiro em
moderadas quantidades.

Feito médico pelas vicissitudes da
vida encarava a doença
como terreno inculto seu, e os
doentes como pensionistas
a quem se devia colorir a vida com
aguarelas alternando azuis e
cinzentos, que não os
pagamentos.

Consta que no meio deste sistema
lagunar matou pouca gente,
e os restantes foram-lhe aguentando
o moliço bastantes anos.

Atropelado em passadeira
não suportou os
ferimentos inflingidos por
um semáforo mais engenhoso do
que ele, o que até nem era difícil.

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Douro - Vindimas


Fomos vindimar ao Douro, na Quinta do Portal (obrigado AMAI).
Mais do que referência pequena sobre a estadia, merece o Douro o transcrever de um poema de A. M. Pires Cabral, homem de Chacim, Macedo de Cavaleiros:











Douro, S.A.

Três sócios.

Deus entrou com o xisto,
a metereologia
e a Vitis vinifera.
O inglês (ou similares),
com o paladar e o talento
colonizador.
O indígena, com os braços, com as mãos,
com as unhas (para arrebunhar a terra
em momentos de maior lucidez),
com as glâdulas sudoríparas
- e muitas vezes com o corpo todo.

Investimento
equitativamente repartido,
como se vê.
(Os dividendos é que nem por isso.)

Depois os poetas, como aqueles sujeitos
que entram nas festas sem convite,
ou talvez melhor: como ratos
vêm às migalhas do banquete.

Deus acha bem as incursões dos ratos.
O indígena não acha bem nem mal.
O inglês e similares acham que,
roendo os ratos a parte meramente
imaterial - por definição inconsumptível -,
não merece a pena investir
em raticidas nem em ratoeiras,
nem sequer em gatos.

Afinal de contas, a beleza
do Douro é um recurso renovável.
Deixá-los comer, coitados. Também
os ratos precisam de viver.

in "Douro: Pizzicato e Chula", ed. Cotovia, 2004.

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sexta-feira, setembro 15, 2006

Há Mulheres

Há mulheres assim, maiores do que o corpo que lhes foi dado, abrem os braços, a boca, as narinas, espreguiçam-se, são um pouco mais animais do que as restantes, admito, tocam e pedem para ser tocadas, assim a mulher que me acompanhou na Circunvalação hoje à tarde.
Seria ela mais nova do que ele, cinzento mais o cabelo do que o bigode curto. Guiava um Fiat Punto e seguia atrás de um carro de matricula espanhola.
Pelo retrovisor ela manuseava uma farta cabeleira amarela e baloiçava-se da direita para a esquerda, medindo no retrovisor os olhos rasgados, a ampla boca e os lábios reforçados, a idade indecisa. Estarei bem?
Falava sem olhar para quem a conduzia, enviando olhares para todo o lado, submetendo tudo e todos – pensava - para ele olhava só para reforçar alguma frase, ou pedido. E ao olhar enrolava-lhe o ombro em lianas de convencimento, lançava as amarras à abordagem, lembra-te, levas-me e aí reside a razão do teu existir.
Percebi então que o condutor daquele Punto seria um homem com uma profissão complicada, e que seria também um profissional aplicado. De alguma forma, aquela mulher amava-o.
Amamos sempre assim, “de alguma forma”, porque - assim - resolvemos para sempre a resoluta imperfeição dos nossos sentimentos. Mas, naquele carro que seguia atrás de mim em direcção à marginal de Matosinhos, iam duas pessoas em aparente equilíbrio. E desejei-lhes boa-sorte, sobretudo para que a mim aqueles dois desejassem o mesmo.

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Natureza Morta com Electricidade

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Destak

"Cidade do Porto perde vinte habitantes por dia".
Ploc... ploc... ploc...

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quarta-feira, setembro 13, 2006

16.


E (desde há uns anos que) adormeço dividido.

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15.


Reduzes-me a nada, e pedes-me um parecer.

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Mais...

... uma leitura.

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Small tits and a boy's ass.

E então? It’s the eyes, it’s the eyes!... Não conheço área do corpo mais interessante do que os olhos e reconheço a importância acessória do espaço circundante, ainda mais se aberta e descomposta. E assim me pareceram os teus olhos naquele dia, desmanchados, lembrei-me daquela história da imagem dentro da imagem e eram os teus olhos dois pequenos animais perdidos na neve lado a lado, e eras tu o animal maior e o facto de seres magra ajudava. Lenine tem uma canção para isto mas a ditadura sabe-se hoje ser apenas um estado temporário, curto ou alargado de falta de razão.

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domingo, setembro 10, 2006

Baise-Moi (fucker...)


Alguem já viu este filme realizado por duas tipas francesas, uma delas Virginie Despentes, uma enfant térrible da escrita? Cuidadinho com as moças...
Ah!, esclareço: eu não vi, mas fiquei curioso.

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Cartoon no Village Voice sobre o Iraque

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quinta-feira, setembro 07, 2006

Goodbye?


Talvez tenha sido também a última vez que Lindsay Davenport jogou no US Open. Perdeu com Justinne Henin-Hardenne. Encontraram-se 13 vezes. Davenport ganhou as 1ªs 5, e perdeu as restantes 8. A contar com a de hoje/ontem.

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14.


E entre os interditos a viagem para um outro mundo, nem que seja num camião TIR.

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13.


E havia aquele filme onde num cruzeiro viajavam as pessoas mortas, sem saber, confusas, desconcertadas, sem conseguir ler os sinais e a luz, como todos nós pelas oito da manhã aliás.

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12.


...like bookends. (Simon & G.)

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Max Aub, Crimes Exemplares (1957)


"Ela falava, falava, falava. Falava pelos cotovelos. Eu sou a dona da casa. E essa empregada gorda só sabia era falar, falar, falar. Onde quer que eu estivesse, lá estava ela, chegava e começava a falar. De tudo e de nada, disto e daquilo, para ela tanto fazia. Despedi-la por causa disso? Teria que lhe dar três meses de indemnização. Ainda por cima, seria bem capaz de me rogar uma praga.
Até na casa de banho: e para aqui e para acolá, e frito e cozido. Espetei-lhe o garfo na boca para que se calasse. Não morreu por causa disso, mas por já não poder falar: as palavras explodiram no interior."

ed. Antígona, 3ª ed, 2001

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quarta-feira, setembro 06, 2006

Ainda bem que alguém (o árbitro) tirou o Ricardo Costa!


Vamos ao jogo dos nomes? Litos, Zé Castro, Tonel, Nunes...

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E então as outras?




Eu explico porque não escrevo sobre a Justinne Henin-Hardenne. É que esta pequena e persistente jogadora belga de ténis lembra-me demasiado... a Rosa Mota!
E a Kim Clijsters? É tal qual a esposa de um amigo meu (parecidíssima, a sério!).
Quanto à Amelie Mauresmo, a francesa que é a nº 1 actual, o caso é diferente: lembra-me o meu primo Mário...
Sobre as irmãs Williams apenas direi que a mais velha parece-me simpática, e a mais nova meia parva, mas isto é só uma avaliação superficial...
E termino com uma citação de Justine Henin-Hardenne: "When I lost the first set, I understood I had no more choice than winning the next two."
PS.: isto não a impediu de ganhar hoje a Lindsay Davenport por 6-4/6-4.

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terça-feira, setembro 05, 2006

11.


Tu pertences à minha colecção e eu pertenço à tua.

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10.


Já abriram a Primavera, a Dallas, a Auto-Leixonense. Sim, é Setembro. O Tomás dos jornais nunca fechou.

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You gave bald guys hope for fame and fortune!


Andre Agassi despede-se dos campos de ténis, sua casa durante 20 anos, ou 33, se contarmos que pegou na 1ª raquete aos 3 anos de idade.

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Es que no parece muy grande...


Pau Gasol, MVP dos Mundiais de Basket 2006, ganhos pela Espanha.

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