quarta-feira, setembro 20, 2006

o poema de que se fala

"Eu não quero entrar mais em esquemas1
Nem falar muito...
A mim?! Foda-se, (o *)?
Foda-se, isso é tudo (*)!2
Não, não me dá garantia nenhuma
(o *)!
Nada, zero! Ninguém me dá!3...
Ouça lá, eu,
Neste momento é tudo (feito) para nos
Roubar! Ó pá
Mas é evidente! Mas isso é demasiado evidente4,
Carago! (Ó *), eu não quero nem me tenho
Chateado com isto,
Porque eu estou a fazer isto
Por (pelo) outro lado5.
Não, não quero nenhum!
(O *) também não quero!
Ouça, é tudo para nos foder!
(O *...) Pode vir (o*)6.
Agora o que eu queria...
(...)"


Este novo poeta da nossa praça, recentemente "escutado", tem já a veneração de seis milhões de portugueses, e é efectivamente um rei da spoken word.A solidão explosiva, os objectivos sem objecto, a sexualidade abrupta, a arbitragem impossível de um conflito sem solução, a humanidade ao rubro...

Notas:
1: a fuga à rebeldia como rotina
2: repare-se no nihilismo avassalador
3: a ausência da dávida a contrastar com a expoliação depois denunciada
4: o texto reiterativo como figura de estilo usada superiormente
5: e há sempre o outro lado...
6: a humanidade afinal!

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