quarta-feira, agosto 31, 2005


Las Catedrales Posted by Picasa

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terça-feira, agosto 30, 2005

Wender ?


E consta que afinal o Sporting sempre vai comprar o Wender ao Braga, o qual, inteligentemente, iria por seu turno - lembram-se? - buscar o Rossato... Posted by Picasa

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Lindsay


Após vitória simples sobre a Mauresmo em New Haven, começa esta semana o US Open. Boa sorte. Posted by Picasa

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segunda-feira, agosto 29, 2005

Freak-Folk, ou o que quer que seja...

Consta que há música nova no ar. Antony and the Johnsons, Devendra Banhart, etc. Conheço pouco ou nada de, deixo aqui apenas esta letra de Conor Oberst/Bright Eyes, que diz o que é preciso:


When the president talks to God,

Are the consonants all hard or soft?

Is he resolute, all down the line?

Is every issue black or white?

Does what God say ever change his mind,

When the president talks to God?



When the president talks to God,

Does he fake that drawl or merely nod?

Agree which convicts should be killed?

Where prisons should be built and filled?

Which voter fraud must be concealed,

When the president talks to God?

e o link de um artigo sobre no LATimes: http://www.latimes.com/features/printedition/magazine/la-tm-soft35aug28,0,2366640,full.story?coll=la-home-magazine

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domingo, agosto 28, 2005

A Pressão Alta e a Alta Pressão

Marítimo 1 Sporting 2.
Bom, só consegui ver parte da 1ª parte. Mas, como bom português, a minha opinião está feita.
Como já escrevi antes, se o Sporting não tiver na cartola juvenil novos Joões Moutinhos, o plantel está curto. A famosa pressão alta pede muito trabalho ao meio-campo leonino, o qual o ano passado tinha suplentes de luxo para meter (Hugo Viana, Pedro Barbosa) e este ano não. A pressão alta leva também a amarelos (Roca, Custódio, etc) a condicionar o carrosel e a rotatividade, o banco. Deivid talvez seja um óptimo jogador daqui a uns meses, mas por enquanto está a tirar o lugar ou a Pinilla ou a Silva.
Por tudo isto, só o Sporting para avançar em Alta Pressão para um clássico Sporting-Benfica, apesar dos surpreendentes 5 pontos de avanço.
Quanto ao resto do circo, claro que o plantel do Benfica também é curto, a diferença em relação ao Sporting é que não tem Liedson (nem sorte) e portanto a coisa já está a ver-se. Koeman quer atacar muito em sopa onde Trapattoni ia atacando de vez em quando e as coisas acontecem... agora atenção, a procissão vai no adro, e efectivamente este Benfica é mais bonito que o do ano passado.
O Porto tem visivelmente a equipa mais forte, e o título poderá ser seu com uma condicionante, ou duas: a dupla de defesas centrais não é brilhante, e o Benny McCarthy não tem a cabeça em Portugal... a ver vamos.
Bem, bem, ficava o título no Braga, que mantém o mesmo esqueleto do ano passado. Em desespero de causa, espero que continuem a produzir bom futebol.
E estarei atento ao trabalho do Carlos Brito no Boavista.

Voltando à Pressão Alta, não me parece que o Sporting tenha plantel que chegue para a mesma, veja-se como funcionou na 1ª meia hora contra um Marítimo querido... e depois não. Felizmente Ricardo saiu. Nem quero pensar se o Beto ou o Polga sofrem uma lesão a sério...

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Afinal...

Lembro-me de em tempo de campanha eleitoral ter colocado aqui uma imagem do Santana com o Sócrates, igualando-os no entusiasmo sentido pela minha pessoa em votar em qualquer um deles. Bom... o que eu não esperava era acontecer o descrédito do vencedor das eleições em tão pouco espaço de tempo.
Ardem eucaliptos e pinheiros um pouco por todo o lado. Quer uma quer outra árvore, mais o eucalipto, são cereal grosso para o qual o proprietário que, vivendo longe e distraído, só aparece na hora do corte. Lembro-me da quinta do meu avô em Ovar, em cujas traseiras medrava aquilo a que nós, as crianças, chamavamos "o pinhal". Era na realidade um misto de pinheiros e eucaliptos, uns poucos de hectares. Nunca foi limpo, este pinhal, também nunca ardeu. Ovar também não é propriamente uma zona muito seca, e o "pinhal" não tinha estradas ao pé, nem nunca houve interesse que ardesse. Talvez assim se explique.
No dia anterior ao meu retomar de férias, dia 15, tive um almoço de primos da minha esposa, perto de Betanzos, Coruña. Eram às dezenas, os primos, e todos bem dispostos e alegres. Foi dose, mas lá teve que ser. Um deles, Eduardo, advogado um pouco mais velho do que eu, trabalhou há uns dez anos para a CELBI, empresa da área das celuloses/papel da Figueira da Foz. A sua função, com mais uns quantos, era convencer os aldeões de todo o Portugal a deixar plantar eucalipto nas suas terras e nos termos comuns das aldeias. Aldeões cada vez menos, cada vez menos ovelhas, cabras, etc., nada como um lucro certo, partilhado com a CELBI, na forma de árvores cortadas de x em x anos. E foi assim que o norte, o centro e parte do sul português se tornaram num mar de mato desgovernado, a pedir que o queimem.
Várias casas já arderam. Reparo porém que muitas delas eram a 2ª residência de gente com raízes na aldeia mas que predominantemente ali não vivia. E armazéns no meio do monte, com animais. Não se estão a repetir incêndios paradigmáticos, enormes, como o Caldeirão e Nisa e Mação, em 2003 (enfim, o leste do Alvão, o sul da Estrela...). Este ano é o ano do eucalipto. E como ele arde bem.
Lembram-se do Vallis Longus. Valongo, cidade emergente. Atravessada sem dó nem piedade por uma auto-estrada, pretendia crescer pelas encostas, perfurando o eucaliptal que a rodeava por todos os lados. Resultado: chamas que lamberam cortinados, que entraram por janelas.
Ardeu algum pinhal também perto do Piódão (Serra do Açor). Mas Coimbra, e as zonas de orografia mexida que compõem a transição entre o Buçaco e a Lousã, onde passa o Mondego e alguns afluentes, onde em mistura livre coexistem casas, eucalipto e giestas com porte arbóreo (é assim toda a estrada de Coimbra até poucos kms antes de virar para o Piódão) e mato e mais mato esquecido, estava a pedir o incêndio que aconteceu, ameaçando toda a zona de expansão leste e sul da cidade.
Trata-se de uma calamidade nacional, é certo. Os fogos e o sorriso estúpido e permanente do Dr. António Costa a falar deles.
Talvez esta situação seja uma das que pode transformar a escolha do próximo Presidente da República numa escolha importante.
Temos que escolher um Presidente que em 2006, com o repetir dos incêndios e perante a adivinhada incúria governamental, saiba tomar as medidas adequadas.
É que, meus amigos, entre o Sócrates e o Santana, naqueles famosos debates nunca eu observei diferenças substanciais. Diferença sim só uma: o Santana tinha mais piada.
Temos um país parado, à espera de arder. O eucaliptal é apenas um exemplo.

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quarta-feira, agosto 24, 2005

Gaza outra vez e mais coisas

Este link do New York Times: http://www.nytimes.com/2005/08/24/opinion/24bmorris.html pode acrescentar alguma sabedoria e profundidade histórica à discussão israelo-palestiniana. Amos Oz é possivelmente o escritor israelita vivo mais conhecido. Li dele nestas férias um pequeno livro, traduzido em castelhano, que se chama "Contra el Fanatismo". Lê-se em três penadas, é como um ensaio grande. Amos Oz é judeu e não o nega. Odeia os colonatos e tudo o que eles representam, por considerar que eles estão a degradar a coluna vertebral e a lógica laica do seu país. Mas vai dizendo: "Somos dois povos, e ambos dizemos ter direito a este país, que infelizmente é só um. Ambos temos as nossas razões. E já que não podemos conviver, vamos ter que dividir."

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Udinese 3 - Sporting 2

Bom, já chega. Hoje ainda falava ao almoço sobre a diferença entre ter sentido de humor e ser engraçado. Sentido de humor eu tenho, mas não acho a situação do Sporting engraçada. E daí que Peseiro tenha que arcar com parte das culpas nesta eliminação do Sporting com a Udinese.
Gostei quando foi dito que o Sporting era uma equipa claramente superior à Udinese, mesmo após o pequeno precalço do 0-1 em Alvalade: a Udinese era uma espécie de Moreirense italiano...
Mas não. Hoje viu-se bem qual era a melhor equipa. E percebeu-se que este ano possivelmente vai correr pior do que o ano passado. E a culpa será toda do senhor Peseiro, ou quase. Este foi um jogo onde entrou uma equipa medrosa, lenta, sem ideias claras.Como diz n"A Bola", que deu meia hora (e 2 golos) de avanço ao adversário. Mas que, ao contrário do ano passado, depois não teve pernas para recuperar espectacularmente. E marcou quem corre: Douala e Pinilla (entra a 10' do fim ?!?!?) Sim, a Udinese, também é melhor que o Belenenses.

No ano passado, ano de experiências, andou uns tempos Peseiro a decidir do meio campo e da defesa, porque o ataque já sabíamos, era o Liedson. Que bons jogadores ficaram do ano que passou ? De trás para a frente, um bom defesa direito, com bom pontapé e excelência técnica, embora um pouco lento: Rogério; um excelente defesa central Enakahryre, tipo Jorge Andrade (mediano a atacar) vendido; uma revelação a meio-campo João Moutinho e uma confirmação Custódio, uma recuperação às vezes interessante, Sá Pinto; e à frente um extremo (nem sempre) muito útil Douala, e para o fim do campeonato a força de Pinilla.
Problemas por resolver? Vários.
Primeiro, defender e reforçar a defesa, comprando e não vendendo, dispensando obrigatoriamente o fantasma Hugo. Segundo, definir uma lógica de meio campo com uma alternativa para trinco, e uma opção para nº 10. Terceiro, cobrir a saída de Liedson – que acontecerá daqui a um ano e a sua instabilidade (amarelos, jogos-chave) optimizando a frente de ataque.
Ricardo não era nem é um problema, pois enquanto fôr titular na selecção, “não poderá” o Sporting colocá-lo a suplente. Precisa de melhor defesa à sua frente. Barbosa e Rui Jorge não eram problemas, Barbosa acabou, e o Rui Jorge idem. A forma pode não ter sido a correcta mas o conteúdo adivinhava-se. A saída do Hugo Viana adiante será referida.
Portanto, aproveitando a vantagem da continuidade, e assumindo a identidade de estratégias SAD-Peseiro, vejamos como os problemas identificados foram resolvidos:
1- Defesa: vendeu-se o melhor defesa da equipa, e dispensou-se o Hugo. Promoveu-se o Semedo (sub-21) à 1ª equipa e foi-se buscar o Tonel ao Marítimo, uma espécie de Pepe 2. O Nunes era muito caro ? Isto é estamos Beto-Polga dependentes. Para as laterais Rogério é à direita indiscutível, mas não deixa de ser um lento. À esquerda uma boa compra: Edson, um excelente pé. Diz-se que defende pior do que ataca. Paíto é pior ainda, Tello volta a não fazer nada bem.
2- Meio-campo. Decidido está que o trinco é o Custódio. E viu-se hoje que a camisola verde-e-branca queima o corpo do Luis Loureiro, claramente opção B. Para a frente, a equipa não tem por ex. um 10 definido, e o carrocel Moutinho-Roca-Sá Pinto demora a dar frutos: o carrocel existe mas é lentíssimo, como se tivesse esquecido a lição; Moutinho é novo e não pode fazer tudo, Sá Pinto está velho e está, Roca não é um génio.Por outro lado, cedo terão que de vez em quando ir lá para trás (lesão ou castigo de Custódio, inabilidade de Loureiro), donde ainda maior indefinição. A lógica do carrocel obriga a grandes jogadores, com óptimo toque de bola e rápido. O Barbosa óptimo (mas lentito) foi-se fica só o Moutinho. O João Alves era muito caro ? O Hugo Viana foi-se também, o Carlos Martins é para quando ? Extremo a equipa só tem um, Douala. Continua e continuará a não durar 90’, mas a espaços será a centelha final no carrocel. Fundamental não vender.
3- Dianteira. Bom, fica o Liedson, que lá voltará a resolver, um desses dias. Por agora está num desses hiatos tão seus... Atrás ora Sá Pinto mais longe, ora Deivid mais perto. Deivid, que foi a grande compra do defeso. Sporting que era a equipa que mais golos marcava, foi comprar um avançado. Pinilla, de 2ª opção passou a terceira (terá sido pelo mau fim-de-época). Deivid é melhor (ou diferente) de Mota ? Será bom para o ano que vem, por agora é um desperdício de espaço, pois nesta equipa não parece haver muito (espaço) para ele, e o domínio de meio-campo que nascia do 4-5-1 não se repete em 4-4-2, com Douala num extremo. Niculae porque foi embora ? Foi para mim a saída mais triste, mais que as outras mais faladas. Antes da dupla João Pinto-Jardel, o campeonato do sr. Boloni fôra o da dupla João Pinto-Niculae, tendo sido aliás a lesão deste a ir buscar o brasileiro. Silva finalmente volta a opção 4 (ou 5, vs Varela...), embora de todos seja o que tem a lição de 2º avançado melhor estudada, e tenha bom toque de bola para estar acima do famoso “carrocel”... Outra coisa teria sido abrir o jogo e comprar o Wender, o ano que passou melhor extremo que Douala, mais constante, e mais barato que o Deivid, não ? Pior negócio ? Quanto dinheiro ganharam com o Mota ?
Portanto, parece que estamos a preparar o 2006-2007. Ou então...
Emergências para reabertura de mercado: um central, um 10, eventualmente um extremo. Não vender o Douala. Reorientar o ataque para as opções Pinilla/Silva. E que o Scolari ponha o Ricardo a suplente: aí o Ricardo passará sim a ser um problema... resolúvel !
PS: não me pronunciei sobre os novíssimos (Semedo, Varela, Nani) porque não os conheço. Porém lembro que nunca os muito novos deram campeonatos ao Sporting, chamassem-se eles Paulo Futre, Litos (lembram-se deste ?) ou Luis Figo.

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domingo, agosto 21, 2005


Praia de Porcia, Astúrias. Já vês, Hector, que aqui se pode nadar sem problemas: a penúltima criança à direita é a minha filha. Posted by Picasa

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Mondoñedo, uma das ruas perto da Catedral. Cidade que, infelizmente, já não está parada no tempo. Posted by Picasa

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Tapia de Casariego, Astúrias. Posted by Picasa

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Voltando às férias, Viveiro é outra coisa: Galiza marinheira, Galiza pescadora. Em Viveiro não há "casonas", há sim uma identidade imediatamente reconhecível. Ribadeo está entre dois mundos, Astúrias e Galiza, a dureza do mar e o dinheiro da terra. Viveiro não. Posted by Picasa

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Gaza Sharom


Esta é uma imagem de um pátio de Neve Dekalim, Faixa de Gaza, depois de ter sido abandonado por uma família de colonos. Colonos cuja localização, nova vida, expectativas, foram moldadas e criadas pelo mesmo Sharom que agora os manda retirar de casas com pátios como este, virados para uma quinta cheia de árvores de fruto. Do outro lado, na Gaza Plaestiniana, não há espaço para árvores de fruto. A Gaza palestiniana é aliás estatisticamente o território mais densamente povoado do mundo. E tem o Hamas prontinho para tomar conta da coisa. O Hamas, outra criação de Ariel Sharom.
Ah, por falar nisso, ouvi Abbas, o chefe da Autoridade Plaestiniana, repetir "hoje Gaza, amanhã Jerusalém!" e pareceu-me um completo disparate. Não falei porém alto, não fosse ele estar a referir-se à última resolução da ONU sobre os territórios palestinianos em disputa... Posted by Picasa

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sábado, agosto 20, 2005


A costa lucente e a asturiana ocidental é um rosário de pedra, em diálogo permanente com o mar e o vento. E é xisto, o que permite desenhos como este.... Posted by Picasa

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Castropol é a contraparte asturiana a Ribadeo. Ficam frente a frente. Como em Ribadeo, a paisagem urbana está cheia de "casonas" a demonstrar poderios de outros tempos. E detalhes como este. Em Castropol comi eu muito bem: na Casa Vicente. Em Agosto é melhor reservar. Posted by Picasa

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A praia de Las Catedrales é o Mosteiro da Batalha da Marinha Lucense, a costa cantábrica da província galega de Lugo, em cuja extrema está Ribadeo. Digo isto, porque está sempre cheia de gente. Acresce a dificuldade de só ser acessível na baixa-mar. Posted by Picasa

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Nunca esquecendo porém a nossa origem, o sítio de onde partimos, a nossa raiz galega adquirida Posted by Picasa

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A Ria do Eo, vista desde Ribadeo. Base de aventura nestas férias. Ribadeo fica portanto na fronteira entre Astúrias e a Galiza, e a fronteira é a mesma ria.  Posted by Picasa

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quinta-feira, agosto 18, 2005

O senhor Prof. Doutor Tatão

Como não há duas sem três, vem ao lado do artigo antes comentado um sujeito de nome Manuel Margarido Tão (é verdade !) defender a Ota e o TGV. Que é um direito seu. E com um primeiro argumento interessante: quanto estaremos a “pagar” em 2015, se nenhum destes projectos se realizar ?
A explanação a seguir é que assusta. Há muitas incorrecções e mesquinhices e algum desplante em todo o escrito, típicas de quem se escusa a ser correcto, já que certo está de estar certo. Mas preparem-se: “Pela minha parte, há muito demonstrei analiticamente, em tese de doutoramento apresentada na Universidade de Leeds em 1999, que só a ligação de TGV entre capitais ibéricas, proporcionaria um acréscimo de 27 a 33%, ao nº actual de cidadãos espanhóis que visitam Lisboa”.
Não é... Tão engraçado este tipo ? O TGV afinal é para Madrid vir passar o fim-de-semana a Lisboa ! A Univ. Leeds não sei muito bem como estará, mas o Leeds United tem andado pelas ruas da amargura !
Espanha tem uma multipolaridade que Portugal não tem nem nunca terá. E uma extensão em quadrilátero como só a França e a Alemanha de agora. Isto sim explica o progredir do TGV aqui ao lado. E o terem dinheiro para. Claro que eu gostaria de ter o TGV para assim viajar até... Berlim, por ex. Não sei é se temos dinheiro para o construir todo, ou sequer parte. Ser pobre hoje é condição muito provável para amanhã não se ser rico. Mas esta constatação não altera as condições de crédito.
Agora vejamos uma coisa, Prof. Doutor Tão: um TGV menos caro não é um em “T” deitado, caminhando pela Beira Baixa até Caceres (e Europa...)e ancorado ao Entroncamento, esquecendo a travessia do Alentejo e definitivamente as linhas Aveiro-Salamanca e Lisboa-Faro-Huelva ? Imagine se os madrileños tomam o gosto de vir passar o fim-de-semana mais ao Porto... outra tese de doutoramento, não ?

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Da "incapacidade de nos assumirmos como uma região espanhola", ou Da Ignorância Ibérica Generalizada

Define-se como escritor. Chama-se Carlos Vale Ferraz. Também a minha filha de 6 anos, embora ainda com alguma dificuldade o é. E, tendo como pretexto a visita de Zapatero a Londres, na pág. 8 duas colunas do Público de 3ª feira elogia a aposta deste Zapatero na chamada “aliança de civilizações”, opondo este conceito à prática recente por ex, de Tony Blair.
Passando por cima de considerações sobre o futuro da Espanha no contexto europeu das quais nem discordo nem concordo, faço reparos porém a esta enormidade, e cito: “Desde logo porque Blair e Zapatero têm conceitos diferentes de “civilização”, na linha dos conceitos que a Inglaterra e a Espanha praticaram ao longo dos séculos nos seus territórios e nos que colonizaram.”
Como é possível escrever isto ? Só por vingança, e como o espanhol médio, médio-alto e alto ignora em absoluto a nossa história, este baixinho não saberá nem da de Badajoz a metade ! O império – chamemos-lhe assim – espanhol, que nos tratou muito bem durante os 60 anos que cá esteve, implodiu pouco depois de o inglês finalmente aparecer: a Espanha colonial afundou-se no séc. XIX, a Inglaterra colonizadora expandiu-se no séc. XVIII e floresceu em todo o esplendor apenas mesmo séc. XIX. A história da viagem do Cabo ao Cairo é um "romance" no início do séc. XX... Os Espanhóis e os Portugueses acabaram com praticamente toda e qualquer cultura autóctone ameríndia ao sul de El Paso. São dois colonialismos, o espanhol e o inglês que, sobretudo por questões de tempos diferentes não se devem comparar, ou pelo menos não assim. Se os Espanhóis mestiçaram mais... bom, não vamos agora fazer o elogio do latin lover do séc. XVI, pois não ?
Quando se fala de "nos seus territórios” suponho que se quer comparar talvez a Inglaterra... com Leão e Castela, ou também disto não percebemos nada ? Efectivamente nenhum dos dois países, Espanha e Reino Unido, tem uma história de gestão exemplar das suas “periferias”. Agora repare-se numa coisa: Londres (como Paris, Roma, Atenas, Lisboa...) é o que se pode chamar uma capital “natural”, pelas “naturais” qualidades da sua situação geográfica. Madrid não. Madrid foi criada de novo nos séc’s XVI-XVII, pelos Austrias, como centro dessa entidade recém criada pelos Reis Católicos, a Espanha. Antes a corte residia na capital “natural” de Castela, Valladolid.
Zapatero não é herdeiro de nada disto. E por não o ser é que talvez venha a ser um político importante, em Espanha e quiçá na Europa. Meu amigo, não atrapalhe !

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quarta-feira, agosto 17, 2005

É Vitalis mas não é água...

É verdade sim senhor, não há como voltar a Portugal para apercebermo-nos de como temos o nosso país bem entregue, e que os cronistas dos nossos jornais velam com a sua suma inteligência por esta nossa antiga pátria, vetusta de quase nove séculos.
E tanto assim é que, no “Público” de ontem, avidamente analizado, não um, não dois mas três artigos pimpolhos impressionaram-me a retina. Ao primeiro vamos: Vital Moreira, coimbrão, ex-comunista, professor universitário, constitucionalista. Em três colunas, página 5, duas são sobre a desregulação da construção na costa algarvia. Já percebi onde estás a passar as férias. Mas em jeito de prólogo tem esta pérola: “ E não me refiro às praias de pescadores, esses modelos inultrapassáveis de imundície, onde se acumulam caoticamente restos de embarcações e de redes, pescado apodrecido, caixas de plástico, latas de óleo e bidões de combustível, e tudo o resto”
O que é uma praia de pescadores ? Tomemos o exemplo da Nazaré das mulheres das sete saias: é uma praia de pescadores ? Vejamos a Sesimbra do lisboeta a jantar sexta-à-noite, construida até à água: é uma praia de pescadores ? As praias de pescadores que eu conheço, Furadouro, Torreira, São Jacinto, são praias de-toda-a-gente-que-lá-vai onde há pescadores que pescam (fazem valer a profissão que têm, coitados...), ainda de uma forma semi-artesanal, mas não fazem praia. Não há restos de nada na areia, no geral, antigamente havia uns palheiros nas dunas para guardar os aparelhos, agora haverá um que outro barraco, um armazém logo ali na marginal, latas, bidões, nem por isso. Enfim, não juro... Não andaremos, caro senhor, pelas mesmas praias... Por outro lado temos a coisa do peixe apodrecido. É desagradável, claro. Antigamente, suponho que agora não, a lota era feita na própria praia, bem como muito amanhar de peixe. Isto habitualmente acontecia fora da zona balnear, que estava sinalizada. Os restos de tudo isto, de aspecto e cheiro às vezes não muito agradável mas biodegradável, o mar e as gaivotas resolviam em questão de horas ou dias. Claro que talvez não a tempo do passeio vespertino de um qualquer convidado constitucionalista que por ali apareça de calça arregaçada... como fazia há muitos muitos anos o falecido Dr. Albino dos Reis, deputado à Assembleia Nacional da outra-senhora, natural de Oliveira de Azeméis e veraneante habitual no Furadouro... Por estas e por outras escreve Vital Moreira que “Portugal nunca pode deixar de ser aquilo que continua a ser: um país feio, sujo e desordenado para além de toda a escala admissível na Europa”. Tem toda a razão mas permita-me: já reparou o quanto bem fica no retrato de família... portuguesa ? Olhó passarinho !

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terça-feira, agosto 16, 2005

Portanto... está tudo a arder, não é ?

Pois é, voltei. Férias curtas, curtas não, curtíssimas. Um fim de semana "para matá-las" em A Coruña e depois 15 dias em Ribadeo que, para quem não sabe, fica na desembocadura de uma pequena ria que faz a fronteira entre a Galiza e Asturias. Hoje já se trabalhou, hoje já se leu o jornal. Fiquei descansado: estamos bem entregues, quem para nós escreve sabe de tudo imenso e logo partilha.
Só uma anedota: ontem, tarde, já quase noite, pelo km 82 da auto-estrada Valença-Porto, vimos um grande incêndio, com várias frentes, à nossa esquerda, com quilómetros de terreno já ardido. A fumarada produzida escureceu a lua e o que restava de luz até... abaixo de Braga!
Pois uns 500 metros a norte do incêndio, estralejavam foguetes!

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