domingo, junho 26, 2011

O rapaz do trapézio voador.

Só agora reparo nisto: não é o trapézio que voa mas o rapaz. Porque, a cair, é o rapaz que cai.

sexta-feira, junho 24, 2011

As coincidências.

Um desses dias
Por esta primeira hora
Da manhã chovia.
Assim para sempre
Seja, a espera e a chuva
Coincidente.

Nada é vertical e o
Certo escasso.
A dar, que passo?

Digo: viver para as
Incidências. Várias
Sendo, coincidências.
E o condomínio -
Fechado.

Quero eu
Dizer com isto:
Não mais o jogo,
Só atenção.

Hill Street Blues.

Na Fox. Acabei de ver. Inultrapassável.

Será mesmo assim, Nelson?

"(...)
mas pessoalmente

acho que serão incapazes
de reconquistar para nós
aquela tranquilidade sossegada
de folhear o café chávena a chávena
como estávamos habituados.

sendo assim
tudo fica adiado."

sábado, junho 18, 2011

David Carson no Espaço Quadra - Matosinhos.

A minha lógica visual - o meu gosto em design criou-se com Neville Brody, nos anos oitenta. Pelos vistos uma década depois apareceu um americano licenciado em Sociologia e meio louco que revolucionou a imagem do surf - e de tudo o resto - com a revista Raygun. Neville Brody sentiu-se ultrapassado e declarou que David Carson representava "the end of print". David Carson replicou: "Ok!"

Na minha lógica de tentar abarcar o que acontece fora do meu curto mundo num sorvo, melhor dizendo, num sorvete, confundi dois textos publicados num suplemento "P2" do jornal Público. O artigo sobre David Carson não era sobre uma sua exposição em Madrid, em Madrid estava exposto um fotógrato, um tal de Lartigue, David Carson está misteriosamente happening em Matosinhos, mais concretamente no Espaço Quadra anexo ao Mercado Municipal de. Fui lá 5ª à tarde, era só eu e mais duas raparigas a ganhar dinheiro com o facto daquilo estar aberto. Elas, eu fui graciosamente. Fotografei clandestinamente tudo o que pude e dei os meus parabéns a uma delas pela agradável coincidência com a exposição em Madrid. Ela olhou para mim como se eu fosse um anormal, o que efectivamente sou.







O mote da exposição é "Don't confuse legibility with communication." Conta-se a história de num nº da Raygun Carson ter achado um texto sobre Brian Ferry tão aborrecido que o passou para wingdings, ver foto anexa. O texto não deixava de aparecer mas na última página num cantinho. Design ruled. Corrijo: design rules, e Carson muito contribuiu e contribui para. É visitar este ignorado espaço em Matosinhos. Até para justificar a existência das duas catraias duas que - presumo - por ali estarão a matar o tempo no Farmville...

sexta-feira, junho 17, 2011

O que resta de um pinheiro.

Enganamo-nos ao assumir que o pinheiro que comprámos para o Natal vai sobreviver e durar até ao ano que vem. Enganamo-nos.
E porém, ano após ano - em havendo terraço para - lá arrastamos o pinheiro para o exterior, nunca por nunca nos damos ao trabalho de, por ex., pedir instruções, ler um livro, etc., vamos regando e vendo, regando e vendo. Roda para o sol, migra para a sombra. E o pinheiro morre.
O meu pinheiro de Natal está ali no terraço, e está a morrer. Menos... um, dois, três braços, o que não deixa de ser engraçado. Podemos sempre assumir que o pinheiro está a morrer a velocidades diferentes. O que não deve ser fácil para o pinheiro.
Estou... ultrapassado pelas imagens que poderia retirar do acima. Enfim... quem se fode é a árvore... e há aquela cena chata de morrer de pé e tal...

terça-feira, junho 14, 2011

Wild Salsa!

Bom, há estes supermercados malucos que agora cismaram em fazer de mim agricultor de prateleira. Têm uns vasinhos quadrados pretos de plástico, perfurados no fundo, e contendo várias espécies vegetais de utilidade culinária. Ele é os coentros, ele é o alecrim, ele é o manjericão. Ele é a salsa.
Mortos os coentros - duraram trinta e seis horas - e exponencial o manjericão - aproveitei o vaso dos defuntos coentros para dividi-lo- , a salsa ameaçou doença grave e registo de óbito mas depois não, depois não.
A salsa que agora tenho na janela da cozinha tem um aspecto aselvajado...
Será doença? Será contágio? Será um estágio para uma outra forma de vida vegetal?

O Polo Norte Magnético.

Pertence àquele saber comum subterrâneo que todos nós temos, no momento em que decidimos lembrarmo-nos dele, o sabermos que o Polo Norte geográfico não coincide com o Polo Norte Magnético.
Tanto assim que o Polo Norte Magnético - vamos chamar-lhe PNM para facilitação - até tem nacionalidade, é canadiano. Coisa talvez menos sabida é que o PNM muda de sítio, milionesimometricamente ao momento, e dentro das eras geológicas muda até de... continente! Pode dizer-se que o PNM já andou a passear por todo o lado. Nada importante isto, dirão, pois o Polo Norte geográfico - assumamo-lo como PNG - sempre ali está no ponto zero de todas as medidas, certo? Verdade seja que visionando as reportagens sobre o PNG o que se vê é... gelo! Se mudarmos a localização da câmara uns quinhentos metros o mesmo gelo, a mesma indefinição, a mesma afinal indiferença sobre o aqui, o ali... O PNM é também um espectáculo de gelo sem mais, mas, atenção, atenção, ali termina e começa o magnetismo terrestre, a oculta e definitiva força que faz as bússolas, essas tentativas pequenas e redondas de nos orientarmos, definirem um norte. Aquilo que nos guia é sempre magnético. Ali está o que conta, o fio guia. Nem mais. As mudanças de localização uma metáfora óbvia.
O PNM está acelerar, deixando o Canadá em direcção à Rússia, à velocidade de umas dezenas de quilómetros-ano.
A verdade é que não sei que conclusões tirar.

domingo, junho 12, 2011

A Ressaca 2009



Não me perguntem como (não, não perguntem...) mas apareceu no meu computador em MP4 o filme “A Ressaca”. Cool, pensei! Assim faço a “ante”visão através de algo que nunca vi de algo que nunca verei: “A Ressaca 2”!


Primeiro: é uma comédia trepidante? Sim, mas só a partir do minuto 21. Antes lança pistas, deixas de texto: três amigos e um sidekick vão fazer uma despedida de solteiro a Las Vegas. Cinco minutos depois dá-se o flash: três deles acordam numa suite semi-destruida, na companhia de uma galinha e um tigre (vê-se uma miúda sair enquanto eles acordam). Ah, e o noivo desapareceu! E eles não se lembram de nada. Nadinha! A comédia mete polícias sádicos (bem), um bebé (curiosamente bem, sobretudo quando ele bate com a cabeça, esqueçam…), um asiático (mais ou menos…), Mike Tyson (o dono do tigre mas com uma voz que o desmerece, acho eu) e uma stripper (a única gaja simpática do filme, tinha que ser!). A comedia é boa, dá para rir um bom bocado, perde ritmo nos últimos quinze, pois, afinal o gajo até acaba por casar! What happens in Vegas, stays in Vegas, e o filme cumpre.
Pergunto-me porque este filme fez mais dinheiro do que o “Borat”, com o qual ri-me MUITO mais, e a resposta não anda longe do facto de que eu gostaria de ter “participado” naquele filme, eu e as dezenas de milhões de gajos que o viram. Com o “Borat” não há identificação possível. Sim, aquela noite em claro é um sonho de "gajo" perfeito, com todas as peças a encaixarem solidamente. Ah, já vos disse que o filme acaba em bem? Quem diria!
Quando no fim aparece uma câmara fotográfica com umas snapshots da noite em branco, o filme não resiste e "revela-se" enquanto despeja a ficha técnica, despejando uma vintena de instantâneos de “loucura”, “loucura” igual à de milhões de outras fotografias que circulam na net, desde que o mundo é mundo, isto é, há uns dez-quinze anos. O filme vulgariza-se aqui, afinal a tal noite foi "apenas aquilo". O fim com as fotografias equivale a um Disney para adultos, o que efectivamente é. E traz o filme ainda mais para perto da audiência.
Dispenso a sequel, mas gramei ver a prequel, mais uma dúzia de boas piadas. Por ex. aquela em que a cabeça do bebé bate com, esqueçam... A stripper era bem gira…

P.S.: a instituição "casamento", por outro lado, não sai bem parada... se calhar outra razão para a popularidade do... do filme!

sábado, junho 11, 2011

O Inventor



Nestas fases de um país numa de "quem sou, donde venho, para onde vou", vale sempre a pena este videoclip dos Heróis!
Idem coisas mais locais, pessoais até...

"O capitão não sabe o segredo..."

Leituras.

Doris Lessing, Javier Cercas e Muriel Spark no Leituras!

quarta-feira, junho 08, 2011

Rise.

Ok, but where is it? Can I have a sort of print version of the f... equation?

Oh, I see there are two... i.e., a crowd.

domingo, junho 05, 2011

No Leituras...

Vila-Matas.

sexta-feira, junho 03, 2011

Re-again, one year and counting...

"Diz-me, silêncio, em ruídos de que és feito,

como entender-te quando és corpo humano."





J de Sena

quinta-feira, junho 02, 2011

16-31 Maio

Um dia hei-de ir a Viana.

Nem com uma grua?

A pele da praia, bem vistas as coisas...

Desconto Ikea!

Ex-word.

Calhaus rolados.

Vórtice sempre?

"Gosto."

Exposição canina onde.

quarta-feira, junho 01, 2011

Envios.

Um, dois shots,

Não sei quem queres abater.

Inútil este porto de abrigo,

O cais um abraço.

.“E tu, só ouves, mais nada?”



Porque deixaste cair a alma?




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As tuas frases sendo um mau sinal.




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O meu papel, já agora, quando se

Renova?





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Sendo o ventre um dado não anatómico e

Ainda menos adquirido, que tenha contracções

Está por ver. Sei sim da extrema agilidade

Da melancolia.




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O homem está deitado

Neste estado e a esta hora, e

O seu préstimo é nulo.





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“Nada é seguro!”

“Não, aqui é seguro!”

“Fala, quero ouvir-te, assim

Não me ouço, mas sem aquelas

Palavras!”





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Sou um homem para o

Moderado com

Circunstâncias que

Vão complicando.






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(ser velho e morrer sózinho em casa).


Esta é a vantagem, não

Dividir o obrigado.

E outra, a morte que só

Se descobre já disposta

Em pequenas partes,

Amor, textos, recebimento.

E é manhã na mesma.






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Sofia e os seus desastres.

Nada que um pequeno

Plano de previsoras

Amortizações não resolva

E a partir daí, com

Desprendimento,

Podemos dedicar-nos ao

Salto e a partir copos,

Fracturar costelas!






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Não há o corpo adequado.






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Par.

Ímpar.

E assim se explica um difícil equilíbrio.












(ob. Maria Gabriela Llansol.)