quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Viseu is a must...


Claro que nem só de ciência vive o Homem, pelo que aproveitei uma breve estadia congressista para conhecer a cidade.
E então aqui vai: Viseu tem primariamente um umbigo, um ninho de águia primitivo que no alto deu origem à cidade. Nesse umbigo encontramos a Sé Catedral e o Museu Grão Vasco, e diálogo curioso com o casario de cores mais claras, idem a Igreja da Misericordia. A Sé, "muito desfigurada", ou digo eu, com uma frontaria maneirista (não é?...) algo pobre a desmerecer a dimensão do templo, tem como ponto forte as suas naves, a um tempo fortes e elegantes, e olhando para cima, abobadadas elas por elegantes nervuras gótico-manuelinas, entrelaçadas em nó. A capela-mor é uma pálida imagem por razões que no museu Grão Vasco se explicitam, e em 1992 recriaram o púlpito e o espaço de celebração da missa a la "Vaticano Segundo", desastrosamente. Nesta igreja o melhor mesmo é admirar as grossas colunas e depois ficar a olhar para o tecto... Grande igreja, a mostrar a importância de Viseu já então, uma das 7 Sés "fundadoras" da matriz portuguesa, de Braga a Évora...
Ao lado encontramos o remodelado museu Grão Vasco. E infelizmente o terão remodelado, pelo menos por fora, pois um edifício de granito centenário a quem refizeram as janelas em vidro esverdeado único, sem moldura, foi como se lhe tivessem esvaziado os olhos. Por dentro a remodelação muito bem, com uma livraria que - surpresa - é uma sucursal da Leitura do Porto. E, claro, as grandes obras de Vasco Fernandes, pintor quinhentista, o retábulo da capela-mor da Sé, o S.Pedro, o Pentecostes, etc. De conhecimento e admiração obrigatórios. Que mais pintura interessante existe, por ex. um pequeno Amadeo de Souza-Cardoso, vários Eduardo Viana, Columbanos, enfim, a melhor colecção de pintura portuguesa fora de Lisboa, dizem.
E adossado o sítio onde melhor comi, o restaurante "Muralhas da Sé", citado no Michelin.
Podemos agora descer por vários caminhos até ao Rossio, o coração da Viseu que cresceu e se fez cidade. Por ruas de pequeno comércio ainda muito vivo, alternando a casa popular com a de qualidade e o palacete, aqui e ali algum trabalho tipo "Polis" nem sempre feliz. Uma zona antiga extensa, agradável, razoavelmente viva. Não como o Rossio, ponto de paragem de dia, morto à noite. E em Viseu não deparei com nenhum café dos antigos a sobreviver.
Nos limites da cidade antiga o Teatro Viriato, também remodelado, com programação extensa, de qualidade, e para todos os gostos e idades. Outra surpresa!
Por último passei ao lado e de carro de um aterro defensivo polígonal fechado aparentemente de origem romana mas a que se dá tradicionalmente o nome de Cava de Viriato. O pouco que vi foi uma elevação de uns 4-5 metros, extensa, regular, coberta por algumas árvores e arbustos.
À volta de Viseu todo um cortiço de transição urbano-rural que dá à cidade a dimensão demográfica de uns 50000 habitantes que, à 1ª vista não aparenta ter.

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1 Comments:

Blogger Entrepreneur said...

Visite o novo espaço em viseu.
www.purocafelounge.com
Tenho a certeza que irá ficar surpreendido.

8:22 da tarde  

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