As Trigémeas Salgado/"Veiga"
um blog discreto e inofensivo, que aspira suavemente pela primavera enquanto estes dias são do mais puro inverno
“Lisboa tem que se recriar como produto de qualidade e saber vender-se. Lisboa não se vende. Assistiu, sentada na sua glória passada, ao inacreditável assalto ao seu tecido económico, feito nas últimas décadas pelos concelhos limítrofes. Perdeu músculo económico - e uma cidade onde não o há não atrai pessoas para viver - deixou fugir escritórios, empresas e fábricas com um sorriso beatífico.”
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Manuel Alegre não é homem habituado a ter razão. Quando por exemplo escreve sobre o Serviço Nacional de Saúde, ou sobre as Universidades, com frequência engana-se. E porquê? Porque o homem é poeta, e não muito mais, convenhamos. Agora, honra lhe seja feita, o homem tem alguma ética, alguma, e tem alguma memória, alguma. E acha que existem verticais que não devem ser horizontalizadas, referências que não se devem perder. Tais a liberdade de expressão, o princípio da competência, a presunção de inocência, questões e casos que têm andado tremidos/tremidas neste ano da graça de 2007.
Circula na Internet uma história de Santiago Kovadloff onde ele, querendo mostrar ao filho o que é o mar, o leva ao Sul (lembro estarmos na Argentina). O filho, extasiado perante a imensidão descoberta pede: “Pai, ajuda-me a ver!”
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É este homem um Argentino filósofo, poeta e escritor para crianças, que participou nos encontros da FCG sobre "o estado do Mundo". O seu ensaio merecerá comentários adiante. Porém, um resumo do que nele me interessa saía no Domingo passado no jornal La Nación,onde escreve regularmente:
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A vida para que serve, a vida? Estou aqui sentada, há bem mais de uma hora, e compro. O que compro. Denunciaria a minha idade se contasse. Compro, posso comprar. Ser inteligente será isto, porque compro assim acontece que gasto menos dinheiro do que se mexesse este meu corpo e fosse até aquela loja tão linda adquirir os mesmos elementos de perversidade. Sim, porque o meu comportamento é desviante, eu assumo. O meu, e o de muita gente.
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De que falei agora mesmo?
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Posto isto, é ouvir e esquecer a douta merda atrás escrita, que disse nada. It's no nightmare it's fucking paradise!
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O título, em inglês, deste quadro de Francis Bacon, é em si mesmo uma reflexão.
Perante a nossa absoluta impossibilidade em acreditar na inocência deste augusto personagem - nós, a História, e todo o séc. XVII - parece este quadro oferecer-nos a hipótese de, num pequeno episódio, num recanto momentâneo do fluir deste dono das almas, não ter havido culpa, e o gesto pensativo ser um reflectir de antecipação, o saber de um julgamento que a História, e o Pintor, fará muito depois.
Não estamos a falar da extorsão de bens, das guerras continuadas, do esbanjar de bens em obras de terrena glória, culpas conhecidas, não. Pensamos sim num pequeno detalhe, num gemer aqui ou ali de que Inocêncio X não tenha sido culpado.
O Mal Absoluto não existe, afirma-se. Agora eu tenho as minhas dúvidas. E posso portanto "discordar" deste quadro.