segunda-feira, julho 30, 2007

As Trigémeas Salgado/"Veiga"




Continuo a simpatizar mais com a Carolina, acho-a a mais sincera e a mais forte, com uma presença grega de grande figura trágica. Sei que ela está nisto dos tribunais forçada, como bronze cativo em colecção de aguarelas, mas corajosa segue ali, no meio da tormenta. Ela sabe, vinda do alterne, que não lhe resta outra alternativa senão a ostensiva exposição ao julgamento do senado da res publica.
Ana é como uma imagem em espelho, uma decalcomania, um discurso teatralizado de negação. Soa como aquelas vozes em guarda baixa que sempre contradizem a fala do herói. A aura de Ana é bem visível, brilha no escuro mas é só e apenas um negro acrescento a este décor pestilento que nenhum cigarro consegue disfarçar.

Já Mafalda, de curioso pseudónimo "Veiga", canta em tournée letras sobre amores desenfreados e trovantismos de outras épocas sem remissão. Das três irmãs é aquela que eu preferiria primeiro reduzida ao silêncio. Julgo porém que a vão chamar para depor. Será assim desmascarada - é a irmã mais velha das manas Salgado e foi a primeira a ser iniciada na perversão dos cigarros de disfarce...

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