A Passagem.
A todos uma boa Passagem.
De onde e para onde, digo que a cada um a sua, ou melhor, o seu caminho.
Que pela difícil passagem de um ano para o que lhe segue passa.
Mas tudo passa. É e só um passinho mais e logo, já está!
2011...
um blog discreto e inofensivo, que aspira suavemente pela primavera enquanto estes dias são do mais puro inverno
A todos uma boa Passagem.
Leonard perdeu uma noiva e tentou perder a vida. Terá uma doença mental bipolar de base e agora vive com os pais, medicado. Leonard é Joaquin Phoenix.
A palavra "bipolar" pode ser uma das chaves deste filme, pois tudo gira à volta desta bipolaridade na vida de Leonard: ele trabalha na lavandaria do pai mas quer ser fotógrafo. Ele "adquire" uma namorada no círculo de amigos dos pais mas apaixona-se desesperadamente pela vizinha Michelle - Gwyneth Paltrow.
"(...) meu Deus, tende piedade dos homens que vivem de imaginar."
nós
Haverá festa. Choro. Incompatibilidades incontornáveis. Alguns passeios. Muitas chaves a fechar a mesma porta. Gente a mais. Solidão e/ou silêncio. A mão que se corta porque não aparece. A dispersão de um sistema de vida agora mesmo adquirido, porque nada acontece. E será Primavera, e será Verão. Veremos então os que estão, quem se merece. Subirão as temperaturas, usaremos então roupa mais ligeira. O olhar será mais claro, porque o mesmo Sol, que foi de Inverno, mais perto assim o permite. Haverá festa. Choro outra vez. Balanços, baloiços, almoços lá fora. E se tudo isto demora, vamos escrevendo, porque entretem. Fica a hora menos morta, fica esta vida menos sem.
A minha filha chora e no dia a seguir conta-me. Isto lembra-me um poema da Adília Lopes. Ela não tem nenhuma filha. E eu?
Hoje alguém tinha sessenta pessoas à sua frente na fila do Continente para o bacalhau.
Três minutos. Em três minutos tudo desaparece, as coisas voltam ao seu sítio, nada aconteceu, as persianas subidas.
Mas que hx é esta: tudo música com + de quinze anos de vida? E ando eu a ilustrar-me e a gastar dinheiro para quê? Metade da música chunga e nem um Prince?
Surgem-me várias formas de iniciar este texto sobre o filme “The Kids Are Allright”, da realizadora de nome impronunciável Lisa Cholodenko. Vou começar assim:
O filme “The Kids Are Allright” é um produto da área Sundance. Um casal de lésbicas (Annette Bening e Juliane Moore) tem dois filhos – um casal – por inseminação artificial. Mark Ruffalo é o dador de esperma que o filho, algo desorientado nos seus 15 anos, quer conhecer. A irmã, mais velha, às portas dos 18, faz a chamada e marca o encontro. Temos a angústia adolescente do costume, o peso bem pesado de um casamento já antigo com as habituais assimetrias de relação, e temos o desequilíbrio que aqui acontece pela mão de Mark Ruffalo, o “beautiful stranger” que calha ter doado o esperma “sobre o qual” esta família existe. Porquê Sundance? Enfim, lésbicas, muita agricultura biológica, some wild sex, the vision of a dildo, vinho, alfazema, rosmaninho…