domingo, dezembro 05, 2010

The Kids Are All Right (2010)

Surgem-me várias formas de iniciar este texto sobre o filme “The Kids Are Allright”, da realizadora de nome impronunciável Lisa Cholodenko. Vou começar assim:


O filme “The Kids Are Allright” é um produto da área Sundance. Um casal de lésbicas (Annette Bening e Juliane Moore) tem dois filhos – um casal – por inseminação artificial. Mark Ruffalo é o dador de esperma que o filho, algo desorientado nos seus 15 anos, quer conhecer. A irmã, mais velha, às portas dos 18, faz a chamada e marca o encontro. Temos a angústia adolescente do costume, o peso bem pesado de um casamento já antigo com as habituais assimetrias de relação, e temos o desequilíbrio que aqui acontece pela mão de Mark Ruffalo, o “beautiful stranger” que calha ter doado o esperma “sobre o qual” esta família existe. Porquê Sundance? Enfim, lésbicas, muita agricultura biológica, some wild sex, the vision of a dildo, vinho, alfazema, rosmaninho…

Sundance, a produtora de Robert Redford, é um produto americano também típico, porque há várias Américas, certo? Mas being as Sundance as can be, este filme tem a sua moral e a sua lição, Sundance-like, em defesa da vida em casal – lésbicas, outros… - da maternidade – mesmo que artificialmente criada… e por aí adiante.

Resulta o atrás dito num desperdício final da personagem criada por Mark Ruffalo – by the way, great show, man, wellcome to my personal pantheon!... – porque o solitário que durante 605 da película é desenhado quase como too good to be true tem que pagar as suas opções e daí sofrer o obrigatório e forçado fade out para que no fim o casal sobreviva, não se descortinando ironia ou abertura maior no final feliz – tipo “vamos lá continuar a aguentar esta merda, ora dá-me lá a mão…”.

Portanto, filme giro e que eu gostei de ver. Se calhar os meus olhos não foram os mais objectivos para escrever sobre este filme…

Adquiri um nome para o meu panteão de estrelas masculinas de Hollywood: Mark Ruffalo. Julianne Moore e Annette Bening são o que são: sublimes.