sábado, dezembro 25, 2010

Two Lovers - James Gray (2008)


James Gray é um realizador americano muito amado em Cannes e países à volta. O filme "Two Lovers" teve honras de grand premiére nessa pequena vilória do interior francês. Merecida ou imerecidamente?
É o seu 4º filme, sendo os anteriores algo mais violentos, pelo que li. Este mistura Scorcese com Douglas Sirk e, pelo menos nas cores, funciona à perfeição.
Leonard perdeu uma noiva e tentou perder a vida. Terá uma doença mental bipolar de base e agora vive com os pais, medicado. Leonard é Joaquin Phoenix.
A palavra "bipolar" pode ser uma das chaves deste filme, pois tudo  gira à volta desta bipolaridade na vida de Leonard: ele trabalha na lavandaria do pai mas quer ser fotógrafo. Ele "adquire" uma namorada no círculo de amigos dos pais mas apaixona-se desesperadamente pela vizinha Michelle - Gwyneth Paltrow.
A é amado por B mas ama C que por sua vez ama D. D não ama C - é casado - mas acontece uma epicrise e D afinal "adquire" C que esquece A que afinal volta a B, FIM!
Quantos filmes foram assim desenhados, quantos? Este filme não é particularmente brilhante no argumento, nem nos diálogos, nem no desenho acima, onde ne sequer se pretende variar sobre o desenho clássico triangular do desengano amoroso. Leonard cresce, in a way, pois não volta ao suicídio. Mas a solução do filme para os quesitos da história deixa um gosto amargo na boca.
Bom mesmo Joaquin Phoenix, Vinessa Shaw, Paltrow (um pouco menos...), Isabella Rossellini (a mãe). Superior a fotografia, aquilo que não chega a acontecer, o subentendido dos desequilíbrios em toda esta gente...
Um filme afinal pequenino mas que se vê muito bem... como dito na crítica que anexo. E perdoa-se esta mania arty que os americanos têm de através de árias de ópera nos explicarem que "isto é um filme sério, dude..."