domingo, dezembro 05, 2010

The Kids Are All Right (2010) - parte dois.

Lembro-me bem de ter escrito um texto bem giro sobre o filme “The Accidental Tourist” de Kasdan, talvez o último grande papel de William Hurt e uma preciosidade de Geena Davis. O texto intitulava-se premonitoriamente “Why Be Married?” mas cedia ao filme e era um texto afinal com algum incerto optimismo sobre o tema, uma espécie de “porque sim” informado… Hoje fui ver o “The Kids Are All Right” (TKAA) e a pergunta voltou a surgir repetidas vezes na minha cabeça, como um néon de discoteca que não há como apagar… bom, então seja. No filme TKAA, apesar de o casal ser lésbico a mensagem é de acordo com estes tempos neo-convencionais em que vivemos: a família é isto, gente que se junta (no início) porque uma centelha de magia aconteceu e no fim porque é sempre mais frio lá fora do que cá dentro. Decantando a experiência para o recipiente apropriado chegamos à conclusão que um casal é malta a roçar o heroísmo “porque aguentam muita merda”. Ok, mas qual é o nível de merda que decide quando mais é demais? A cada um son nez? TKAA não responde a este enigma e cria escolhos de difícil contorno e alto coturno… a saber.

A relação Bening/Moore é bastante desequilibrada. As calças pertencem a Bening, que é quem traz o dinheiro e fala mais grosso. Moore é a insatisfeita – e por alguma razão na única cena de sexo she’s the one going under… - e a vida sexual das duas não parece ser grande coisa. So much for the great lesbian sex myth… Ruffalo, the sperm donor that comes out of nowhere tem tudo para triunfar naquele mundo paralizado. Até tem um pénis… Mas sobretudo tem um charme meio Lenny Kravitz, é feio qb para resultar bonito, fode que nem um desgraçado, diz umas frases com tento e ponderação, é perito em vegetais e anda de moto! No fim do filme chegamos à conclusão que este gajo é um triste e digno de pena. “Get your own family!”. O.K….

Como volta a paz à tribo? Primeiro mostra-se o lado bom de Bening num jantar em casa de Ruffalo. Ela trauteia Joni Mitchell’s “Blue” até ao fim. How Sundance can you get? Trair quem é capaz de tal proeza fica subitamente feio. Moore lembra-se que é lésbica e que portanto Ruffalo is out. As crianças ficam afectadas e é precisa fazer qualquer coisa. Bening toma o leme do barco, afugenta o pirata, já tinha mostrado for once apreço pelo pré-trabalho de Moore. Moore pede desculpa e faz o discurso de como isto de estar casado é “aguentar muita merda” e coisa e tal…mas é fixe. No fim do fim de TKAA elas dão-se as mãos e o miúdo opina que não se deviam separar porque são “muito velhas”… Elas sorriem: vê-se que gostam uma da outra… só continuo a ter dúvidas sobre a vida sexual em comum…

Why be married? The word “shit” shouldn’t come in the equation…




3 Comments:

Blogger Sr Blas said...

Tú eres capaz de perderte el FestiBlas....

9:20 da tarde  
Blogger William said...

Me hablas de algo que haces el dia mismo de cumple de mi única hija?

10:03 da tarde  
Blogger Sr Blas said...

Te la traes al FestiBlas que se lo pasa como una enana

4:45 da manhã  

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