terça-feira, abril 19, 2005

Os Referendos

Portugal agora tem não um mas dois referendos com que entreter-se. E vai votar não entusiasmadamente nos dois. Tanto que até vão ser disfarçados com as autárquicas, por ex.
O referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez coloca questões sobre se tal assunto é referendável, pois custa ir a votos por algo que é sumamente triste e doloroso. Não vejo por outro lado ninguém a promover uma chamemos-lhe campanha para reduzir o abortamento provocado a valores mínimos, residuais, o que deveria ser a vontade e o empenho claro de todos.
Exceptuando casos traumáticos, particulares, julgo que (sou homem, portanto algo externo a este raciocínio) qualquer abortamento, expontâneo ou provocado é um momento particularmente doloroso para a mulher. Referendo sem uma discussão que infelizmente tem que ser política sobre a educação sexual de uma sociedade, é uma coisa coxa, incompleta, absurda. Como absurdos são os julgamentos, e com os quais claramente não concordo.
Aqui uma vez mais a esquerda não fez os seus trabalhos de casa, e portanto, vamos alegremente referendar a interrupção voluntária da gravidez como se disso dependesse o universo, quando o universo pede, clama, sim por uma política de educação sexual integrada casa - escola - sociedade, atenta às realidades juvenis actuais, e onde este referendo não aquece nem atrasa, ou parecido. É apenas mais uma vitória da odiosa Odete Santos.
E a Europa ? Mas, caros amigos, o que é a Europa hoje ? Felizmente temos a França a responder por nós já daqui a uns dias. E eis como lá e cá políticos são os entes mais incompetentes do país - il parait que.

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