domingo, dezembro 28, 2008

Oh bother! (It rains in my room, still!)

Quando chove na rua, chove no meu quarto, como uma décalage (há quanto tempo não liam uma palavra como esta?) de 1-2 horas, não mais. A chuva pára e um lapso de tempo similar distancia o parar da chuva no exterior da mesma paragem no interior.
Moro num último andar, o problema está portanto no telhado comum, vá de telefonar ao condomínio, uma empresa matosinhense dinâmica e em crescendo. O problema está também porém em que… quem nos atende do outro lado, o homem que coordena os arranjos e as reparações… é gago! Eu até o conheço, parece-me esforçado, bem educado e prestável, quando eu lhe digo que o último “arranjete” que fizeram ao telhadinho de nada serviu ele responde: “Ó pá, a sério? Que cha… gh… … ti… gh… ce!” Percebe-se no amplificar da gaguez que o homem sente realmente o cair das gotas de chuva pelo menos tanto quanto o soalho, os livros, a roupa, os adereços - o que quer que no meu quarto esteja sediado a Sudoeste – que é onde chove. De modos que os meus telefonemas com este senhor terminam quase sempre num pedido de desculpas por o ter perturbado, sendo o medidor da perturbação os silêncios engasguetados que obtenho do outro lado da linha, percebendo eu também porque o gajo que devia subir ao telhado para resolver esta merda de uma santa vez não lhe atende o telefone – é que não há respeito possível perante uma voz de mando que gagueja e pede desculpa, é uma combinação letal!
Portanto, quando via deixar de chover no meu quarto? Abril? Maio? Março?
Resposta: "Ó pá, não gh... ... ... sei!"

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