quinta-feira, dezembro 18, 2008

O Partido Popular

José Sócrates definiu o seu partido como “popular” e de “esquerda moderada”. Gostaria de demorar-me um pouco sobre o primeiro termo. Populares eram as repúblicas do outro lado da Cortina de Ferro, a Roménia, a Bulgária, etc. Popular é ainda, julgo, Angola, condomínio fechado de José Eduardo, son ami/leur ami, cuja filha coincide ter agora comprado parte do BPI, ou parecido, para o “nacionalizado” BCP fazer uns trocos. Se a popularidade que se quer é esta, vou ali e venho já. O qualificativo pretende ser outro e explicitamente subliminar: “popular” no sentido de que “ganha eleições”, “assegura a papinha a muita gente”, “continuamos todos em cima da carne seca”, etc. O sufixo “esquerda moderada” serve só para acalmar os pamonhas. Quando Carvalho da Silva diz que Sócrates acha os sindicatos “coisa do passado” peca por defeito de apreciação.
Toda a política certa acaba por ser popular, os povos e a história acabam por coincidir nas apreciações ao fim de algum tempo: os bons políticos acabam sempre por ser populares, porque julgados no tribunal da história passaram à fase seguinte, do H maiúsculo. Aqui não é bem o caso.

Etiquetas: