segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Videodrome

Vi os dois terços finais deste filme do Cronenberg no Hollywood, e não consigo esperar por nova oportunidade: aqui vai disto.
Vi-o pela primeira vez num ciclo Cronenberg no Fantasporto way back.
A história é a dum fanático da televisão e vídeo (James Woods) que começa a ter alucinações televisivas, as quais são devidas a uma interferência, a um programa maligno, o Videodrome, que desenvolve alterações cerebrais (um tumor ?) em quem é atingido. A metáfora é a face desejável de Nicki (Debbie Harris dos Blondie), ou menos que isso, a sua boca, a sair de um televisor para englobar o nosso alucinado.
Este filme é Cronenberg puro e duro, anos 80. O mau da fita é uma espécie de caixeiro-viajante com sorriso à Nixon, e a ideia é atingir quem vê demasiada "má televisão", dentro de uma lógica neo-fascista demencial, e que para o fim "perde o pé", ficando James Woods não sabemos bem aonde, se o primeiro de uma nova espécie de homem-tv/vcr, whatever...
Os efeitos especiais, para o tempo, são muito bons (cassettes de vídeo "vivas"...), o ambiente no geral claustrofóbico e apocalíptico, muitas pistas seriam refeitas em filmes posteriores, mas este não deixa de ser um must para conhecer bem o universo deDCronenberg. O corpo e os seus desvios, as suas possíveis transformações mutantes, a evolução extrema, a margem, está tudo aqui.
Recomendo.

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