Dear Lindsay
É difícil de explicar a minha simpatia pela Lindsay Davenport. Um metro e oitenta e nove, setenta e nove quilos de peso, a bit out of my league.
Anyway, esta discreta tenista, menina que terminou o ano passado em número um apesar de não ter ganho nenhum grand slam, exemplifica para mim um dos lados do sonho americano, para além de ter algumas idiosincrasias que a notabilizam. Californiana, famíla diferenciada e desportista, começou no ténis muito cedo. Foi de revelação em revelação até sem grande alarido entrar no grupo das grandes tenistas mundiais. Serve bem, tem pancada possante, e quando em forma faz do ténis pura arte geométrica, não aparentando o esforço preciso para que tudo aconteça. Não grita, não berra, não urra, não geme. Não tem quinze anos nem é disforme. Tem uma timidez decidida de quem está a fazer o seu trabalho, que é o que mais gosta de fazer, e coincide fazê-lo bem.
Tem vacilado (por lesões e o passar do tempo) entre parar e seguir. Sem primeiras páginas sobre. Por enquanto segue. Franze o sobrolho, torce um pouco a cara, hesita sem hesitar. Elegância desengonçada, um cheiro de charme envergonhado. Parece gostar de cães grandes. Os quais domina a pensar nas grandes provações que a vida de tenista é. Dá vontade de ir abraçá-la!
Só pulando.
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