Contaram-me
Contou-me um amigo meu, que é médico, que recentemente as passou gregas na consulta. O rapaz tem a mania de dizer que sim aos pedidos de consulta mais estapafúrdios (parece que ele sabe que é assim), e andou a seguir as lipotímias da filha de 35 anos de uma doente sua que, por sua vez, de doença do foro deste meu amigo (ele é internista) não tinha nada, sendo antes uma mitómana.
Ele já tinha percebido é que com a mania das doenças e sua doente tinha o marido completamente escravizado. E vou passar em claro as observações que o meu amigo fez sobre a vida sexual do casal...
O que o gentil rapaz não podia adivinhar, ou melhor podia mas não se terá esforçado o bastante para isso, é que a sua doente tinha a filha num estado de desespero tal (vivem na mesma casa) que em recente consulta a filha lhe iria pedir, tresloucada e aos berros "uma injecção para me matar ! dê-ma aqui mesmo que ninguém repara ! quero remédio do escaravelho ! já me despedi do meu filho !" Teve que expulsar a mãe da consulta, esta terá ficado no corredor a bramir, o que agudizou a histeria da filha, nova intervenção, nova gritaria, enfim. He had it coming, I think. Para cúmulo dos azares, a filha, possivelmente não muito dotada de sabedoria, tinha sido vítima recente de burla, ao lhe prometerem um emprego que depois não aconteceu, com dispêndio de dinheiro e vergonhas várias, idiosicrasias de uma habitante do vale do sousa que vê o futuro na venda de tupperwares e a quem dizem (sem pagar) que tem um palminho de cara e que vende muito bem.
A mãe ? Diz o meu amigo que lhe vai dar alta da consulta. Eu acho que não consegue. O que fez ele com a filha ? Mandou-a para a urgência ao cuidado da psiquiatria. No caminho para a urgência a mãe bateu-lhe. Tem lógica.
Etiquetas: o amigo médico
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