sábado, janeiro 22, 2005

The American Monkees, for ex.

Para melhor entender o fenómeno americano, e outros, vamos falar de um grupo pop aparecido do nada em 1966, chamado The Monkees.
Nasceu como uma resposta à tournée arrasadora que os Beatles tinham feito nos USA. Recrutaram 4 rapazes com origens bem diferentes até geograficamente, nem todos músicos, e criaram um programa de TV só para eles, onde cantavam canções para eles criadas de propósito por senhores como Neil Diamond, Goffin & King, etc. Sucedeu que a música tornou-se conhecida ainda antes do programa, e afinal os The Monkees enquanto fenómeno musical “invented in America” ultrapassaram em muito o sucesso televisivo. No ano de 1967, o mítico ano por ex. de Sergeant Pepper’s, os discos dos The Monkees foram os que mais venderam em todo o mundo. Em ano e meio produziram-se 4 albuns, que venderam mais de 15 milhões de discos. Os dois últimos já com os 4 meninos não só a cantar mas também a tocar, a compor, etc. Diz quem sabe que os discos até são bem bons, pois que o tempo tudo altera, criando novas perspectivas, menos fracturantes, ou até alternativas. Lembro-me porém de ler críticas musicais do ano 68 a fazer o balanço do ano anterior, e a visão dada dos The Monkees não era das mais lisongeiras. "Artificiais", "vendidos", eram palavras que sulcavam o artigo em questão repetidas vezes. Enfim, mais uma história de um sucesso fabricado, de números de vendas que ganham uma legitimação e uma patine de qualidade com o tempo, de músicos que não o eram e que passam a ser porque lhes põem um instrumento à frente. Monkees porquê ? Porque o eram, e de imitação. A sua canção mais conhecida, “I’m a Believer”, foi escrita por Neil Diamond, e recentemente perfilhada pelo filme Shrek, onde é uma canção para rir. Eles têm um site, onde vendem toda a sua memorabilia a quem a queira. É uma questão de fé, acreditar que os The Monkees foram o epítome dos anos 60. Sim, versão televisiva. Não, versão de rua.
Faça-se a observação: as imitações nunca são por definição melhores do que um original.

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