Férias - dia quatro ponto dois
Atravessa-se por completo a zona dos serviços florestais e sobe-se até passar um corte numa crista, crista esta que divide as águas que derivam para o Minho (rio Mouro) das que são tributárias do Lima para sul(rio Peneda). Depois começámos lentamente a descer, e a sair da névoa. Logo a seguir, por entre um coberto vegetal agradável, aqui e ali começámos a cruzar em pequenas pontes o rio Peneda. A cruzarmo-nos com gente e gado castrejo, de chifres à barrosã, ocupando meia estrada. De súbito, meia dúzia de garranos, atravessaram-se à nossa frente. A Catarina não terá visto bem o fenómeno, pois dormia. Chamámos, abriu os olhos, e fechou-os. Há cavalos no Gerês ? Desculpem mas só os vi na Peneda.
Continuando a descer, apareceram as casas da Sra da Peneda. O santuário, que julgo ser do séc. XIX, domina um vale apertado onde uma enorme mole granítica, que fica imediatamente sobrejacente à igreja, dá o tom. O adro, virado a sul, está rodeado pelas instalações anexas ao santuário, onde se inscrevem tendas, vendas, cafés, um restaurante,e um hotel recém-restaurado. Estava quase tudo fechado. E ouvia-se um barulho incessante de uma grande cascata. No cimo da Peneda há um pequeno lago represado, que habitualmente deita apenas um pequeno fio de água cá para baixo, passando sob o hotel por um caneiro, que depois segue até ao rio. Hoje, esse fio de água era uma cascata impaciente e ruidosa, medida exacta dos dias de chuva que nos tinham precedido. O caneiro espumava hotel e aldeia abaixo até embater no Peneda e talvez duplicar-lhe o caudal. Parara de chover, saímos do carro para as fotografias e alguma ginástica. Uma velhinha da aldeia aproveitou para meter conversa: a primeira represa, para dar luz eléctrica ao santuário fôra feita nos anos quarenta. O dinheiro escasseou, as fundações mal feitas, veio a represa abaixo horas depois da inauguração e o hotel foi inundado. Depois tinham feito outra. O hotel re-reabrira este ano, mas quartos muito caros, impróprios para peregrinos... Voltámos finalmente a Melgaço.
Etiquetas: férias, fotografias
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