sexta-feira, novembro 25, 2005

Férias - dia quatro ponto um


Terça-feira era o dia descrito em todos os jornais como o de viragem no tempo: deixaria de chover. Sendo assim arriscou-se e decidimos ir almoçar a Castro Laboreiro. Repetiu-se o espanto da estrada lindíssima até Lamas de Mouro, progressivamente deixando as mimosas e o eucalipto para trás até chegar à zona que entremeia terrenos de pasto de animais, cultivo e terra nua, com o rio Mouro ao lado. Chegados a um cruzamento virámos à esquerda. Subia-se um pouco mais, e o nevoeiro apareceu. Morrinhava. Os grandes pedregulhos começaram a aparecer por entre o branco. E por uma recta entrámos em Castro Laboreiro. Cães da raça autóctone eram oferecidos (a bom preço) em cada portão de quinta. Chovia agora a bom chover. A estalagem do Castro Laboreiro estava fechada. O pequeno centro da vila, ainda em pedra da antiga misturava casas em ruínas com outras recuperadas. Pouco acima chegava-se ao miradouro, desenhado por arquitectos da mesma família dos autores da Porta de Lamas de Mouro, mas aqui com muito menos fortuna. O que dali se via, o nevoeiro não deixava ver. À direita a Albergaria Miracastro, nosso destino gastronómico. À esquerda um inenarrável condomínio fechado de 2ªs residências, em construção. Impossível? Não, nas terras do comunitarismo alguém achou uma coisa assim ter cabimento. Corremos para a Albergaria a pedir comida e abrigo. E um Alvarinho para esquecer estas mágoas, mais o tempo aziago.
O melhor estava para vir: o bacalhau com broa. O dono da coisa olhou-nos reservado, pois pedimos só uma dose. Mas a cara de deliciados com o deslizar do manjar deve-o ter compensado. Poucas vezes digo isto, mas tratava-se de um prato que só por si merece a viagem. Pelas janelas a vista era inexistente, de tão branca, o nevoeiro completamente fechado. Voltámos à Scenic pensando ir para o hotel, mas no cruzamento decidi derivar para a Sra. Da Peneda.

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