segunda-feira, junho 17, 2013

Jorge Martins ou a impossibilidade de um catálogo.

Desconheço se Jorge Martins já realizou alguma vez uma exposição tão extensa e compreensiva como esta que esteve em Serralves até ao passado dia dez. Talvez não.
A exposição chamava-se "A Substância do Tempo". Nascido em 1940, Jorge Martins tornou-se conhecido sobretudo ao trabalhar ao mesmo tempo a pintura e o desenho, com frequência abstracto, e predominantemente sem cor. Em Serralves mais de duas centenas de obras como que esgotam as possibilidades de trabalhar estas hipóteses de figuração. E a disposição do quadros, com algumas paredes acumulando dez, quinze obras, a cor aparecendo apenas se não me engano numa sala, contribuem para esta impressão, a de que esta exposição é auto-suficiente e quase dispensa o diálogo com outras pinturas, outros mundos.
Esta exposição foi para mim a minha primeira grande exposição de 2013. E não haverá catálogo - tentativa de ordenar e confinar

aquilo que em exposição era enorme e demasiado - que substitua o ter estado ali, rodeado por um mundo todo, uma Totalidade - Jorge Martins. Excelente.

PS: imagens de serralves.pt.