domingo, maio 19, 2013

O acidente da VCI.

Foi na quarta-feira. Um acidente com um camião derramou sei lá que produto na VCI no sentido poente-nascente, entre Francos e a Prelada. Ficando o evento no meu caminho para o almoço, sai cedo de casa e cometi o pecado habitual de pensar que naa, a coisa não podia estar tão má como diziam na rádio. Acontece que estava. Estava este sol já grande mas pálido que Maio nos tem oferecido. Na vertente sul, sim, porque a VCI sai de Francos enterrada para depois subir para cima da Prelada, a erva crescida estava pontuada por flores amarelas e lilases. O Continente onde costumo fazer compras espreitava. A música era boa. Cinco filas de carros ordeiramente iam transformando-se em uma. Meio quilómetro depois uma mini-equipa de limpeza, porque a descer limpar é mais fácil. Pensei telefonar à minha dedicada empregada para vir dar uma ajuda. Ninguém buzinava. A polícia parecia entretida, a malta das limpezas também. Às vezes até pareciam limpar. Passada a estenose trânsito aberto. Perguntei-me mais uma vez porquê aquele estúpido limite de noventa. E olhei para a esquerda e os prédios geométricos de cores claras do bairro de Santa Luzia até à Circunvalação lembraram-me Israel, a Palestina, a Jordânia, onde nunca estive. Assim vai ser, talvez ordeiramente consigamos sair desta embrulhada, talvez, com esta espécie de silêncio que nos caracteriza. Ou talvez não.