domingo, maio 19, 2013

A Geografia que devia acontecer na nossa escola.

Sempre gostei de Geografia. Se me quiserem ver feliz dêem-me um mapa. Isso hoje não é possível, porque há os Google Maps, os quais são tão fantásticos como isentos de mistério. Há quinze dias mostrei a um doente meu a sua casa, via Google Maps. Vi nele uma mistura de espanto e desconfiança, com se tivesse acabado de assistir a um pedaço de magia negra. Este meu doente tem mais sessenta anos do que a minha filha. A quem poucas coisas - que não jogos de telemóvel, séries televisivas e a Rita Blanco - surpreendem ou cativam. E, porém, a Geografia... Os livros - textos traduzindo a matéria que é suposto os nossos filhos irem aprendendo na sua escolaridade - são um suporte anacrónico expositivo de factos e factos, coisas e coisas, dados e dados, que motivam ninguém e adormecem uns quantos. Há a obrigação do estudo, dizem, e assim vai acontecendo a Escola. O ensino hoje não pode ser isto. Sim, há um conjunto de saberes que assumimos que os nossos alunos devem adquirir. E adquirem - para os testes. Logo logo esquecem para nunca mais lembrar. Só lembrarão se adequadamente estimulados e isso acontecerá se algumas ideias / "histórias" chave forem o cerne do ensino, portanto do estudo. Vou dar exemplos: Porque há tornados na América e não há na Europa? (meteorologia) - O que é a Europa senão uma península da Ásia? (geografia política) - A variação da costa portuguesa ao longo dos séculos, Peniche, a barra do Vouga (erosão, eutrofização, etc.) - Como era o termo do Porto há cento e cinquenta anos? (a urbanização) - Quando deixou o Mediterrâneo de ser um lago? (a história das épocas glaciares) - A serra da Estrela já teve neves eternas na época glaciar? (idem) - Tua, barragem ou comboio? (discussão opcional sem vencedores à partida, certo?). No meio disto o tal conjunto de saberes seria adquirido sem esforço e para ficar...
Educação é sedução ou então... não!