sábado, julho 16, 2011

A Häagen-Dazs e o Conservatório.

Há muitos, muitos anos fui assistir a algum pequeno concerto qualquer ao antigo Conservatório do Porto - foi contigo, Cláudia? - e, já então, ele pareceu-me um palácio de brincar, acastelado, precedido por um interessante jardim, ali na rua que nos leva à Maternidade Julio Dinis.
Voltei ao antigo Conservatório há dias, puxado por uma promoção Häagen-Dazs. Eu gosto dos gelados Haagen-Dasz. Muito. Recentemente fechou na Foz uma loja Häagen-Dazs. Eu e a minha filha tínhamos construido o ritual de, antes das suas aulas de violoncelo, por ali passar e consumir. Havia os cartões e as promoções mas sobretudo os sabores e a simaptia de quem nos atendia. Os dias a crecser, o pôr-do-sol ali ao lado, o mar, o passeio, um pequeno tempo conquistado. Os sabores. A loja fechou no fim de Maio. Häagen-Dazs, disseram-nos, só nos centros comerciais. Donde a minha curiosidade com esta promoção ali perto da Miguel B, vocês sabem, o sítio da moda. Lá fui.
À direita o palacete tem uma placa a definir a propriedade como sendo da C.M.Porto. Na varanda o símbolo Häagen-Dazs, assim como se tivesse havido conquista a la Playmobil. Na placa ajardinada central dois imensos boiões Häagen-Dazs. Música chill-out - o disco menos bom dos "Zero Seven". E então? Dos produtos Haagen-Dasz pouco ou nada: dois rapazes simpáticos, uma rapariga com o aparelho dentário mais complexo que eu já vi. E dois sabores novos à borla: "creme brulée" e "chocolat fondue", bastando uma espécie de "gosto" no Facebook via iPad. Assim fizemos, Albino, o "creme brulée" sendo uma caca. Mesmo grátis. Eu tinha pedido um sorvete de manga, a rapariga fez que não ouviu, ninguém iria ali gastar um cêntimo, porquê eu?
Resumindo e  concluindo, isto lembrou-me outras coisas a acontecer em outros ramos de serviços, a Häagen-Dazs vai ganhar ZERO com esta promoção, perde sim ao fechar algumas lojas iconográficas em localizações chave. Alguns executivos acharam que sim, se calhar serão promovidos, nada de especial irá acontecer, a crosta da terra anda calma depois do Japão, os gelados Häagen-Dazs continuam bons.

PS.: entretanto fechou a Bertrand de Julio Dinis e abriu a Bertrand do CC Campus perto do meu local de trabalho. A mesma lógica deslocalizadora, o mesmo alterar de umas coordenadas hoje ultrapassadas por uma triste realidade. Enfim, o tempo lá fora está nublado, choverá segunda-feira...