segunda-feira, agosto 24, 2009

Em dia de não-Sanfermín.

Pamplona é a capital "perdida" do mundo euskera. "A Cidade", o mito da independência de Navarra, desde sempre encravada entre Castela e Aragão e posteriormente dominada por interesses franceses até Fernando, o Católico ir resolver uma luta entre bandos de nobres rivais e "de paso" tomar conta do reino para sempre. Ficaram "os fueros", por isso ainda hoje de seu nome completo "Comunidade Foral de Navarra". Onde menos de 50% dos habitantes se sentem bascos. Mas onde ouvimos falar quase mais euskera nas ruas que galego em Coruña... Terra conservadora de colégios, institutos e conventos, a Universidade de Navarra (Opus Dei) vs a Universidade Pública de Navarra... Que numa semana em Julho tem a 3ª festa mais concorrida do mundo, pelo que li, a seguir ao Carnaval do Rio e a festa da cerveja de Munique! Onde regularmente morre gente - não da terra que esta corre os touros mas sabe como se faz. Ali bem no centro o Hotel La Perla vive da instituição Hemingway. Pamplona está ancorada em Espanha por estes dois braços paradoxais, a loucura dos Sanfermínes, cartaz ibérico como não há outro, e a presença marcante da Opus Dei em todas as suas instituições comunitárias, não só sanitárias ou educativas... Como separar o que Deus uniu, Deus... e o Diabo dos cornos de touro?

Pamplona tem um centro histórico - confesso que a expressão "casco viejo" soa-me bem melhor - também muito interessante. Algo mais senhorial que o de Vitoria, algo menos popular. A vertebrar os percursos turísticos pedonais as ruas por onde os touros são largados até entrar na praça. A mais importante a Calle Estafeta, quase completamente "balconada" por razões que não se explicam. Comemos - 2ª feira - no outro restaurante que estaria aberto no Domingo à noite, ficara a referência, ao lado da Praça de Touros e em frente a um instituto de padres. Logo à esquerda terminava a Calle Estafeta. Reunam isto tudo num só, eis Pamplona.

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