quarta-feira, junho 03, 2009

Vandôma


A "Crónica do Rei Transparente" é um livro escrito e publicado por Rosa Montero, uma das minhas colunistas preferidas do El Pais.
Não deixa de ser um romance agradável, medieval-de-esquerdas, etc. Lê-se bem, melhor do que Miguel Sousa Tavares, etc., mas... "não fica".
Serve esta introdução para falar desta sensação que ultimamente me atinge, e que nada tem a ver com o protagonista do romance de Rosa Montero, esse tal Rei Transparente...
Sim, vejo-me transparente, ando, sento-me, espreito quem me rodeia, não procuro - procuraria o quê? - deslocalizo o visor porque parece-me que ali não estou. Parte deste copo que bebo sei donde vem, a escola que o produz. A outra parte...
Claro que podemos transmutar não em ouro esta vida mas em outras estas palavras e explico: não serei - não sou - transparente, no sentido de linear, explicado, corrente. E no sentido em que a transparência assim posta seria uma bem aventurança - logo os sensores que acusam não acusam esta, este transparecer, a acção seguinte será de anular o que não é agradável, liso, polido, certo. Anular.
Li recentemente a biografia do rei D.Afonso VI - podia-se falar de uma "Crónica de um Rei Anulado".
Ok, e porém... vamos a leilão. E vendemos o quê? Para quem comprar? Ou comprar quem, foda-se, entendeste-me, não entendeste?

Etiquetas: ,