domingo, novembro 02, 2008

O Vaticano em dificuldades pede ajuda

Um amigo meu, cuja profissão me dispenso de elucidar, foi recentemente assistir a uma missa na igreja da Lapa. Era dia de solenidade, missa cantada, a ex-professora de instrumento da sua filha tocava, era dia para a criança afogar as saudades.
O meu amigo não sustentou toda a missa, ele não é, digamos, religioso. A missa, com toda a sua solenidade, foi muito bonita. Curiosamente porém, sentiu dentro do templo um peso de afirmação de alguma coisa que, em frequências prévias lhe escapara. Como se uma questão territorial, onde ele não entrava.
À procura da instrumentista teve um encontro surpresa.
"Olá, por aqui?" "Acabo de chegar do Ruanda..." "Aquilo por ´lá está um pouco quente, não?" "Pois sim, o Congo é o coração de África, tudo gira à volta do Congo!" "Pois, John Le Carré, Conrad, o Apocalypse Now..." "Eu só conheço o filme do Coppola mas aquilo ali é cem vezes pior, é uma conjugação de negativismos..." "Hummm..." "Eu falo-lhe disto porque sei que tem um espírito aberto a estas coisas..." "Hummm..." "Eu tenho noventa mil horas de meditação, já estive em todo o lado, Chichen Itza, Ulan Bator, eu sou duma corrente de Taoísmo que, e olhe que não sou um novato, e todos dizem, até 2018 viveremos uma nova época das trevas, eu..." "...tenho que ir!" "Espere, estive em Roma, a maior mesquita do mundo, ein? A maior, em França onze milhões e a uma só voz, agora pergunto-lhe, onde estão as catedrais na Arábia Saudita, eu quero catedrais na Arábia Saudita..." "Pois..." "Porque nasceu tudo em África, este negativismo, eu sou um homem de paz mas também sei ser guerreiro, por isso é que o Vaticano me pediu..."

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