terça-feira, dezembro 26, 2006

Oitava carta

Meu caro amigo:

Não sei ainda quando o irei visitar à sua ilha rodeada de espuma. Será um dia, será, pois que tudo o que é belo é para partilhar com os mais queridos, e os meus desconhecem ainda esse fresco abrir de pálpebras que a sua ilha desenha no meio do mar.
Fez o meu amigo parte de um meu ano de inúmeras glórias. Coleccionei gente então como nunca, tanta que quase me perdia pelo meio. Desse ano o seu caso foi o mais curioso talvez, pois entre dois cafés num café em Matosinhos quase do nada acabámos a ficar amigos para a vida. Claro que esse quase nada anterior já durava há meses, e sabia bem e todos os dias. Se me perguntassem o que foi falado diria que da maior parte das coisas já não me lembro, e que de outras devo calar.

Deu-me trabalho o seu dossier, pois a sua pasta foi sendo movida de letra em letra, até parar num novo item criado para o seu nome só.
De si, quando nos reencontrarmos, espero rever o humor inteiro, as mãos nervosas, e confirmar se voltou a tocar, embora já não me lembre bem o quê.
Invejo-lhe a ilha, a sua.

Um grande abraço


W.

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