sexta-feira, junho 10, 2005

Figueres Europa 2005


Sim, lá fui a Figueres, Catalunha, uns dias para conhecer o meu sobrinho Gabriel, pachorrento recém-nascido.
E Figueres ? Ou Figueras, para quem prefira a versão castelhana. Aqui fica o museu Dali, essa máquina de fazer dinheiro que Gala e Dali deixaram em testamento a esta terra. Dali, de tão visto, não me interessa. Assegura-me porém, sempre que estou em Figueres turistas às dúzias, jovens e menos jovens, adolescentes inglesas e idosos americanos, famílias japonesas e classes inteiras de alemães. Dinheiro, suor e acne. Estava calor. Fomos almoçar a Cadaqués. Oh, Cadaqués. Mas falemos sobre Figueres.
É uma cidade do tamanho de Aveiro, para aí. É cabeça da comarca do Alt Empordá: à esquerda o mar Mediterrãneo e a Costa Brava, por cima a França disfarçada de Roussillon (agora promovido a Catalunha francesa...), à direita a Garrotxa e o Ripollés, isto é a transição catalã para o Pirinéu. Por baixo Girona, uma cidade-maravilha. Que mais pode querer um mortal ? Ah, e há dinheiro, e trabalho.
Por isso em Figueres há romenos às dúzias, sulamericanos às grosas, magrebis às dezenas e negros subsaharianos aos montes. Para além de uma comunidade cigana bastante notada. O meu amigo Hector diz que é do caldo que saem as melhores fragâncias. Ok.
No hotel em que ficámos fomos surpreendidos uma noite com uma sardinhada grátis no terraço. À mesa, para além do dono, um pouco bebido e hiperactivo, os hóspedes e os empregados. Muito democrático sem dúvida. Empregados ? Romena, cubana, argentina... e a filha do dono, cujo namorado era um engraçadíssimo cabeleireiro françês. Hóspedes ? Nós, alemães, italianos, um argelino casado com uma boliviana, e um inglês simpático que muita conversa meteu comigo. A minha mulher acha que ... e a mim também me pareceu. Mas enfim, não partilhámos mais do que uma cerveja, eu juro. Mas voltemos ao que interessa. Como título nos jornais desses dias falava-se como a comunidade cigana de Figueres estava tranquila apesar do havido em Perpignan (ou Perpinya, ali ao lado no Roussillon Francês, lembram-se ?) onde as comunidades ciganas e magrebis tinham tornado a cidade numa pequena Beirute (e cito o meu amigo inglês, ele estava lá quando).
Claro que o caldo, e etc. But can we stand the heat of this kitchen ?
Coisas assim estão no cerne do não françês mas e sobretudo do não holandês, que eu considero mais preocupante, até por ter uma grande simpatia pelos holandeses.
Mas, claro, uma Europa, A Europa, não se pode fazer por simpatias, não é ?
E eu teria votado sim... Posted by Hello

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