segunda-feira, novembro 05, 2012

A mudança da hora.

Não gosto que me mudem a hora. A minha hora é sempre minha, não a mudem. Não preciso de sair de casa já com a luz do dia por trabalhar. Preciso a noite e a sua violência tão de acordo com a violência que é ter de sair tão cedo de casa. E os meus dias não estão feitos para acabarem às cinco. A fuga ao trabalho, o escape ansioso para uma qualquer liberdade que nos foi negada por horas, não deve ter como receptáculo o escuro, já a noite terminal. Onde o sol para nos receber e descansar as mentes do estupro diário? A noite manda-nos para casa fazer legos imediatamente, dobrar peúgas, "ide e adormecei por entre os Prós e os Contras!". Quero sol para os meus fins de tarde, eu quero sol! Um gelado e uma bebida também não calhava mal! E passear a ver o mar, não ouvi-lo apenas...

A mudança da hora é "por causa dos miúdos", dizem. Os miúdos, transportados ora em autocarros uns ora nos carros dos pais outros, comem e jogam e "tecleiam" completamente alheados desta universal preocupação havida com eles, deste rodar o mundo 1/24 avos para trás cada ano, com correcção primaveril no ano a seguir.

"É para poupar dinheiro!" É possível, é possível, porque hoje, sabemos, TUDO é possível, e esse mesmo TUDO tem só e apenas a ver com POUPAR DINHEIRO. Mas porque tinham logo de poupar dinheiro à custa da minha infelicidade?