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Esta colecção é escassa, estreita, pontilhista quase no acaso de representar ou não fases, momentos, movimentos da história da pintura europeia. Mas um quadro só chegaria e chega para justificar a viagem, e esse quadro chama-se "As Tentações de Santo Antão", de Bosch. Não se sabe como chegou a Portugal, e é contemporâneo da pintura luso-flamenga de Frei Carlos e do Mestre da Lourinhã, por ex. Reproduz-se aqui uma das três tábuas, para melhor atenção ao detalhe.
Anterior a este monumento é um Piero Della Francesca que eu não vi em exposição e muito chorei por isso, e um Hans Memling, contemporâneo de Gonçalves.
Impressionou-me mais a "Salomé" de Cranach, o Velho, c.1510. A cara da mulher que duvida e medita, achada e perdida sobre o que acabou de fazer/acontecer, é um sopro de modernidade com 500 anos de idade.
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O "S.Jerónimo", de Dürer, é considerada uma obra-prima mas, de tão visto, não cativou.
E pronto, só com estes quatro quadros foi adequadamente "perspectivada" a posição dos "nossos primitivos" na pintura ocidental contemporânea, com as excepções assinaladas.
Vale ainda a visita a esta colecção para ver alguns quadros dos séculos posteriores: uma série de tábuas sobre os apóstolos de Zurbarán, os três Tiepolos, um retrato por Van Dick e um pequeno Fragonard. Eu sei, só vou pelos grandes nomes mas, que querem, por alguma coisa serão - consensualmente - grandes...
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