segunda-feira, junho 02, 2008

Propofol


Encontraram morto numa casa-de-banho dum serviço de urgência um médico espanhol, tarefeiro nesse serviço de urgência.
Vermelhão forte, brilhante, rupícola. Foi pouco depois de jantar, tinha falado pouco e jantado sózinho.
Azul Ultramarino, espesso, canino, desdobrado. Estava algo descuidado, alguém comentou.
Um Castanho palha, rugoso, reflexo. Pouco depois foi à sala de emergência, as câmaras de vigilância mostraram mas não denunciaram a intenção, elas existem aliás só para retrospectiva análise - o médico pegou em três ampolas de propofol, uma, duas, três, material para injectáveis e desapareceu, diga-se de passagem que foi discreto.
E um Branco sujo, como gelo de Março na beira de uma estrada que podia ser Castela...
Notaram-lhe a falta quando começaram a acumular os doentes por ver na área amarela. É de referir porém que não deixou nenhuma alta por dar, todo un detalle. Depois de descritas e anotadas as roupas, suas cores, ficou anonimado o corpo, pronto para uma autópsia portuguesa.

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