sábado, fevereiro 03, 2007

26, 27, 28, 29, 30, 31/J, 1, 2/F

O lugar da liberdade está
Escondido e dorme.
Repousa as suas asas
Docemente coloridas em água
Pura, fluido amniótico.
Ao seu lado vou-me
Deitar, repousar minhas mãos
Sobre seu olho de ciclope.
Pois a liberdade, meu caro,
Foi sempre
Diferente.

$$

Não três mas quatro
Bichos numa casa.

$$

Faço eu os sinais
Para que outros os
Pesquizem.
E o tempo desenhará
Um tesouro para
Ser encontrado. Lembra-te,
Tudo o que encontrares
Já foi meu
Algum dia.

$$

... te olha e recusa
E a rir docemente
Pede perdão e perdoa
Fazendo desenhos no
Ar nem prisões nem
Castelos apenas
Linhas ou nem isso
Memória luminosa
Que viaja
Daquele olhar fugidio
De um lado que
Me olha e recusa.

$$

A união de facto
Como todos nós sabemos
É uma expressão
Que explica.
E de facto...

$$

Luz Branca Vertical

Vão-se apagar
As lareiras irregulares
E até as sombras
Serão apenas imaginadas,
Contadas às crianças
Como se dóceis vacas,
Animais de nós cada vez
Mais distantes.

$$

Morreu novo e a
Fechar um livro
Parece que não
Afrodite limitado
Estaria o coração
Estocado
De pé estava por
Defeito e caiu
Desamparado
Seria do vinho
Chamava-se Pacheco

Vi-o saindo.

$$

Quase todos os dias
Vou cumprimentar um cego
À Psiquiatria.
Pergunto-lhe se tem
Febre. Ou tosse.
Outras coisas de somenos
Curso. E ele responde:
"Vejo Helena, vejo a
Fome, vejo o exército
Grego e a paixão que a
Todos move como vinho
A clarear as gargantas!"
Amanhã volto à Psiquiatria
A pedir instruções.

Etiquetas: