segunda-feira, maio 02, 2005

Imposição de Insígnias

Um amigo meu, que é médico, estava ainda há pouco muito pensativo a conversar comigo. Dizia-me ele que, pelo 2º ano consecutivo, era padrinho de um aluno finalista de medicina. Sendo este meu amigo docente voluntário de não uma mas duas cadeiras, diz ele saber que só na cadeira de que é assistente no 6º ano poderá deixar a mínima marca que depois justifique a distinção. "Tu conheces-me", dizia ele. "Grandes teorias ou grandes aulas, não é comigo, não tenho tempo, e a fisiopatologia já não durmo com ela há uns anos" E parava e reflectia: "Alguma inteligência, alguma dedicação, alguma diferença na forma de mostrar a medicina, se é que a mostro (e ria-se) não sei, algo será, pois eles sabem que não é por mim que obterão emprego, eu até faço tudo isto de graça..." Ou... "O corpo docente da faculdade está muito mal para me escolherem a mim !" Eu obviamente aqui discordava. E deixei-o a emborcar umas cervejas, intrigadíssimo. "E até podia ser o 3º ano, não fosse em 2003 eu não ter querido mudar as férias ! A miúda ficou mais triste..." "Eu com eles às vezes de medicina nem falo muito..." E bota e vira... não acabava de entender este meu amigo tamanha distinção. Intrigado, mas também agradecido...

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