sábado, março 12, 2005

O desastre Nacional

O resultado de ontem do jogo Porto-Nacional talvez sirva para perspectivar um pouco melhor este Porto 2004-2005 e perceber que a catástrofe anunciada já podia ter sido prevista há alguns meses.
Treinador novo tem vida fácil quando o treinador anterior saiu em desgraça. Senão, é o diabo. Mourinho saiu em ombros, ou mais ou menos, e a equipa era o seu espelho, não o espelho do presidente do clube. Algumas regras do Porto, de um certo espírito espartano e rigoroso, deram-se muito bem com o consulado Mourinho, mas eram apenas detalhes sem importância: ainda lá estão hoje, e de nada servem.
A realidade é a de uma equipa com muito poucos artistas e que desaprendeu um modelo de jogo e ainda não aprendeu outro. Isso era o que rapidamente queria fazer Del Neri, os outros treinadores ao arriscarem uma transição mais lenta desembocaram no plano zero, como ontem. Muitas lesões, muita venda e alguma velhice também ajuda à festa, para além da máquina automática de optimizar jogadores não estar a funcionar (ver Quaresma, Postiga, Hugo Leal). Um pouco de paciência também ajudava, até porque a 2ª leva de compras no morro não parece estar a trazer nada de jeito.
Talvez este período também possa servir para retirar o tempo Pinto da Costa do pedestal e analisá-lo melhor com todas as suas qualidades e defeitos.
Embora, claro, o Porto ainda possa ser campeão.

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