sexta-feira, março 11, 2005

11-M

Faz um ano hoje. E podíamos ter sido nós.
Podíamos ?
Hoje talvez não seja um bom dia para ser incorrecto, mas vamos tentar.
O 11-M destituiu o Sr. Aznar. Quem disser o contrário mente. Vale, eu estou contente por isso, não era só pelo bigode que esse senhor me parecia um cripto-fascista. Convém porém lembrar que civis iraquianos morrem por semana tantos quantos os que morreram no 11-M. Ou seja, em um ano, o Iraque já viveu cinquenta e dois 11-M's. E o Mr. Bush ainda lá está, e para durar.Dizem que se não fosse ele não havia eleições municipais na Arábia Saudita (sem o voto feminino porém...), ou que o Líbano não estaria onde está hoje: eu esclareço para os distraídos: à beira da guerra civil.
Mas sem 11-M o Sr. Aznar teria ido embora ? A política, meus senhores decide-se hoje na europa com a bolsa (que faz pender as decisões de voto para a direita) e com o medo do outro (idem aspas). Às vezes morrem umas quantas pessoas, e dá-nos a vergonha na cara. Presentemente na Itália, estamos à porta disso mesmo.
Podíamos ser nós ? Eu não, obrigado, que vou para o emprego de carro. Talvez vinte anos antes, quando vinha para a faculdade no suburbano e no 79 ...
Morreram então as pessoas erradas ? Não vou ser tão incorrecto, pois matar as pessoas erradas é sempre o que o terrorismo faz, para conseguir o seu objectivo: provocar terror.
A pessoa que morre morre sempre erradamente (excepto talvez no Texas).
Se a segurança de Atocha estivesse entregue aos americanos, tudo teria sido diferente, claro !
Li ontem um artigo do primeiro-ministro belga (um Durão Barroso lookalike) sobre o futuro da europa: economia, economia, economia.
Frankly, I'm getting bored of being an european !

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