domingo, março 17, 2013

Para o papa Francisco algumas reflexões, corrigidas e depuradas.


Algumas palavras são como roupa interior.

*

Repito, roupa interior.

*

A descrição compreensiva é um trabalho duro.

*

E pela uma da manhã aconteceu um simulacro de incêndio.

*

O holoceno foi muito antes de começar eu a esperar tanto e tanta coisa.

*

Quando cantam eu tiro apontamentos.

*

O teu discurso está a leste de qualquer polígrafo.

*

Nomes, fios, cordas, ganchos, rede e pano de um veleiro aquecidos no micro-ondas, vá, não tropeces no namedropping.

*

Porque colas e colas e colas não quer dizer que fique bonito.

*

Eu só queria um pouco de cinema e tu deste-me uma televisão, embora fosse das melhores.

*

Dos corpos que desconheço tenho especial simpatia por esse.

*

O fim da história já deixou de se adivinhar: é só fazer as contas.

*

É favor não pisar a minha (onde pasto) relva.

*

Paro de remar e fico escondido debaixo da ponte mas ninguém passa.

*

Suruma! - cantava o homem indelicado.

*

O cair da manhã.

*

E era o sol como uma chapada na cara.

*

A palavra adormece encostada ao silêncio.

*

Com nada operar maravilhas e em bloco.

*

Ao falar num barco vazio estamos todos de acordo.

*

A questão não é quanto ganho mas a quem.

*

Não deixa de haver em tudo isto uma questão occipital.

*

Que me pisques o olho não faz de ti um mecenas.