sábado, janeiro 08, 2011

Reis.

Quando tomei hoje de manhã banho reparei na tatuagem que tinha no antebraço, calcada pelo meu sobrinho de cinco anos, nome Gabriel. Uma pequenina roda do leme. Uma daquelas tatuagens que facilmente se apagam...

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Passei duas noites no Hotel Avenida. Entrei a falar castelhano. Contestaram-me em galego. O quarto, correcto, ainda cheirava a tabaco.

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Antes de ir apanhar os meus cunhados ao hotel dia seis de manhã, fiz a corda norte da península corunhesa, o mar imenso, até ver as obras do porto exterior ao fundo, a torre de Hércules nas costas. Esta Coruña pode afinal ser minha, não reside ali praticamente nenhuma memória.

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Peço desculpa a esta cidade - Coruña -  e às suas livrarias, Nos, Arenas, Nueva Colón, comprei dois livros na FNAC da praza de Lugo, como foi possível...

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Estive quase a ter umas calças novas...

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Jantei a seis com uma amiga. Jantei eu. Ela contestou a nova lei anti-tabaco espanhola: "ahora me huele a tabaco siempre por las calles, ya no puedo pasear..."

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Ofereceram-me determinado livro de G G Marquez. Aproveito para esclarecer que nunca fiz nenhuma puta nem triste nem feliz...

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Ofereceram-me ainda uma espécie de mind-game. Acho que já lhe apanhei o truque. Antes assim não fôssemos...

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A mesma minha amiga escreveu e oralizou-me toda uma redacção a descrever o "meu lado feminino". Depois derivou para a reencarnação e o xamanismo. Não se pode acertar em tudo...

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Até auscultei não a opinião mas os pulmões de alguém. Não gostei do que ouvi.

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Em Santa Cruz a maré estava subida. Sempre entretem...

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O voltar a fumar - de vez em quando - não tinha que ser um meu exclusivo, certo?

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Deixei por perguntar uma coisa. Lembro-me de, há uns anos, em Figueres, ter entrevisto um poema em castelhano, que eu atribui a Borges, e que falava de como é - a vida? o amor? já esqueci - tentar, e tentar, e tentar. Lindíssimo era o poema, nada parecido com esta minha cacofonia. Estava numa folha A4 e pendurado numa espécie de escritório teu, Pere. Tenho corrido a obra de Borges à procura do poema e nunca encontrei. Terei sonhado? Não seria Borges mas, por ex., Neruda? A mensagem outra? E tu, que ficaste? E eu, que, definitivamente, saí? Para quem serviu, serve, servirá esse poema?

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Bom, bom mesmo, o tempo que passei depois em Lugo.

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E estar hoje aqui, nesta hoje minha cidade do Porto. Segunda-feira voltamos ao trabalho.