quarta-feira, outubro 13, 2010

A minha vida não é uma série americana...

Buff acorda ao lado de Sue. Esta não acorda. O som do afinal cadáver a cair no soalho faz tilintar os copos da mesa ao lado. Buff não se lembra de nada. O pescoço de Sue não está bem tratado. Snuff? Podia telefonar ao seu amigo Snuff, pois várias situações parecidas a esta começaram com uma cerveja na cozinha do apartamento do seu amigo Snuff. Mas Buff nem disso se lembra. Há um cadáver. E batem à porta. Cynthia não aparecia há dez anos, logo hoje. Traz notícias, tem uma filha e é de Buff. O facto de ser morena e Buff albino não atrapalha, só acrescenta à intriga. A filha de Cynthia e Buff é vista só em fotografias pois foi raptada por colombianos que exigem um resgate. Ou equatorianos? Ou missionários comboianos? De uma vez por todas Sue não acorda. "Foste tu que fizeste aquilo?" Que recordações terá Cynthia de Buff? Enrolam uns charros e deitam contas a vida. Calha de existir por ali uma arca frigorífica. Sue não tem mais de um metro e sessenta, o que combina. A relação sexual que acontece a seguir e sobre a arca frigorífica tem a particularidade de provocar um pequeno traumatismo crâneo-encefálico em Cynthia, que fica a dormir, morta não, esclareça-se, no mesmo lado da cama onde Sue estava. O telefone toca. É Smiff. "Tens o dinheiro?" "Meu, claro que tenho o dinheiro!" Claro que não há dinheiro nenhum a não ser nas coisas de Cynthia que são cuidadosamente revistadas. Buff sai. Do armário sai Clarence, que tem umas luvas calçadas. Olha para Cynthia no lugar de Sue e tem uma indiscutível sensação de deja vu...