segunda-feira, maio 05, 2008

As mamas e a cirurgia das mesmas

Um amigo meu, médico, comentou-me a rir a polémica que estalou sobre a cirurgia preferencial de funcionárias num Hospital da área do Porto no que diz respeito a redução ou aumento mamários. Eu respondi-lhe que o assunto me parecia grave. Ele retorquiu: "Achas mesmo?".
Depois esclareceu que se estavam a misturar alhos com bugalhos. As cirurgias de redução mamária têm indicação preferencialmente médica, as de aumento indicação exclusivamente estética. As 1ªs têm indicações por patologia de coluna, por sobrepeso na estática do tórax, etc. O meu amigo duvida - mas não sabe -que haja lista de espera numerosa para esta cirurgia, cuja indicação não é frequente, acha ele. As cirurgia de aumento mamário são estéticas, e possivelmente não têm cabimento num Hospital público. Portanto a questão não está em saber se havia uma lista de espera para as mesmas mas sim se o seu acontecer prejudicou alguém - pois terão acontecido na falta de algum doente, nua vaga não esperada de bloco, etc. ao que parece.
Mais ele diz que o atendimento preferencial do pessoal de uma instituição - de saúde ou outra - é uma falsa surpresa, pois ele não se lembra de no tempo das famosas e pretéritas filas para o IRS os funcionários das secções de finanças entrarem na fila para pagar ou de um bancário ficar à espera para fazer um depósito. Interessa saber o quanto uma lista de espera que não deve ser grande - a das cirurgias de redução -é/foi prejudicada por estas intercorrências.
Estamos afinal aqui a falar na realidade de duas coisas : (1) um Hospital fazer "favores" aos seus funcionários custa dinheiro; (2) e parece que um facto não demasiado importante que era do conhecimento de "todos" há bastante tempo só agora chegou aos jornais - porquê?
Esse meu amigo lembrou ainda o caso de outro amigo seu - também médico - que foi operado a um tumor vesical exactamente 4 dias após o diagnóstico ecográfico. Denunciável, não?

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