sexta-feira, junho 24, 2005

Memórias do Último Terço ou em sequência da Magna... Carta

Um amigo meu, que é médico, já foi, há muito tempo, interno. Pelo que ele refere, nos seus primeiros tempos muito perdidito terá andado, sem saber muito bem a quem recorrer, com quem se aconselhar sobre.
Conta ele aliás uma anedota que ilustra bem esses tempos: um belo dia um simpático especialista disse-lhe que, para haver avaliação do 1º ano, era necessário um relatório. "Meia dúzia de folhinhas, não mais". Assim fez. Teve a pior nota do ano. Os outros mostraram os seus dotes com circunstaciados relatórios, e foram devidamente recompensados. No ano 2 de tão brilhante carreira, o meu amigo já fez um relatório espesso, dilatado. Naqueles tempos recuados não havia obrigatoriedade de observação e discussão de doente. Por teimosia e outras idiosincrasias não deu outra vez o relatório a ver a ninguém. Entretanto estava contente consigo próprio, enquanto médico sentia-se crescer, nem por um momento duvidava das suas opções... voltou a ser o último. No 3º ano - levou tempo mas...- já tinha percebido que dialecto usar por escrito nesses terríveis relatórios. E começara a publicar com, o que era um aviso à navegação de que... foi primeiro, ex-aequo, melhor era impossível. De um ano para outro subiu quase dois valores. Não sabia onde tinham medido esta melhoria, mas talvez sem ele se ter apercebido, ela acontecera !
No meio de tudo isto, nunca por nunca pensara em mudar de especialidade. Pensara sim em mudar de serviço...
The rest...
Esta foi dedicada aos três terços, o um, o dois, e também é para ti, ó três. Com a certeza de que o meu amigo nunca pertenceu ao terço do meio.

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