domingo, setembro 11, 2011

24 minutos. Um poema fácil com o famoso mote da Luiza Neto Jorge.

Eu sei, “todo o desvio tem
Um preço”, e eu tenho o
Meu. Os meus, preço e desvio. E
Reclamo como devia e devo,
E ao fazê-lo fraquejo e cedo,
Nestes dias cujo remate
Desconheço.

Altos trilhos, toca fria e funda,
Calor que apago e ateio, porque
Mexo. Sou e não sou quem
Pareço.
“Todo o desvio tem um preço”,
Eu sei. Escolhi, lancei, está
Falado e o leilão foi fechado.
Falo e aviso e atropelo calado.
O corpo, que é tudo, pede-me
Este jogo, pede-me esta mão.
O abate do sofrido preço à dor
Que à vida devo. E o desvio,
Justo, certo, meu – porque o
Caminho, porque é viagem –
Tomo e
Bebo.

E no fim: desapareço?






2011. Fev.-Set.