Acreditar ou não, onde a solução...
Antes de JMM "destruir" a sua Obra, este Poema serviu-me de leme para alguns raciocínios, quer arteriais quer venosos.
Agora, não sei...
"Se os teus dedos cruzam os meus dedos
esses ângulos são infinitos, nem são ângulos,
contêm estilhaços em fogo, a respiração das seivas.
O teu corpo não tem parcelas.
O prumo atravessa-te da cabeça aos pés,
sem largura, suspenso dos meus olhos.
Os extremos, um no ar outro na terra,
cercam os meus caminhos.
Todos os teus pontos respiram
uma água a que chamo as ruas.
A superfície mede o teu peito,
o volume as tuas mãos, o abismo
as costas curvadas no lençol.
Um dos pontos, o que me atravessa,
prolonga-se até ao meu repouso.
Aquele onde te atravesso eu
é um centro receoso, o mundo, a infância
que ninguém soube viver."
Joaquim Manuel Magalhães, Uma Luz Com Um Toldo Vermelho, ed. Presença, 1990.
A
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