Up In The Air - again.
"The slower we move the faster we die. Make no mistake, moving is living. Some animals were meant to carry each other to live symbiotically over a lifetime. Star crossed lovers, monogamous swans. We are not swans. We are sharks."
Já escrevi que não era este filme...justo para mim e portanto por aí fiquei.
Vou aqui e agora escrever sobre ele, taking the deep breath....
Dois links dois dos meus sites preferidos sobre cinema não adiantam nada sobre a coisa, sobre o infeliz cálculo de vida em que se resume a moral deste filme, uma comédia romântica actual, século XXI, como não há mais. Quer o Film Comment, pertencente ao Lincoln Center novaiorquino donde la créme de la créme, quer o Senses of Cinema, extraordinário site australiano, jogam e julgam este filme girando em torno do personagem criado por Clooney, como metáfora para estes dias impessoais que vivemos, Facebook, Twitter, Blogger and all... To be up in the air é como não estar, não ver, não tocar, you never never never get involved, never touching. Um sonho para muitos que Clooney realiza à perfeição. Com a sua lógica os Cahiers du Cinema ignoram este filme. Pois fazem mal.
Eu vou porém dedicar-me à costela romântica desta história, até para redimir o mal que disse de Clooney a propósito de Solaris.
Clooney é Cary Grant updated. E aqui também. Não há método. Tudo é underacting, o que funciona muito bem num filme onde o personagem principal pretende não estar, não sentir, não envolver-se com as criaturas do "down below". O que faz este homem é despedir pessoas. É a sua profissão. É um abutre. Quando ele entra num escritório é porque alguém vai sair. Ele faz isso por todo o vasto país USA, pelo que passa os dias a voar de cidade para cidade, cartão VIP each & everywhere, acumulando milhas de voo e dias de estância em hotéis sobre hotéis. Só Clooney para conseguir que simpatizemos com um gajo assim.
Dois acontecimentos vão desarranjar este estado de coisas. Aparece uma jovem que propõe um novo sistema de despedimento online, mais higiénico, e que poupa custos - incluindo as tão estimadas milhas de Clooney... Por outro lado Clooney conhece alguém que ele lê como um/uma seu/sua igual, Alex (uma excelente Vera Farmiga). Vão combinando encontros aqui, ali, conforme os seus horários e trajectos de voo, encontros sem mais, de hotel. She's a shark, like him. O que Ryan/Clooney não consegue ler é que sharkwomen are not like sharkmen...
Ryan/Clooney vai defender as suas milhas douradas dando uma volta de estágio à nova concorrente, Natalie, uma espécie de teste. Para quê? Para medir a barba rija dela, para não se sentir tão mau assim - afinal despedir ao vivo não é tão horrível como via internet, certo? Embora o resultado seja exactamente o mesmo, as mentiras e lugares-comuns utilizados no fraseado os mesmos...
E pode ser que ela desista, que as chefias se apercebam que a coisa assim não funciona tão bem, e as milhas ficam, o castelo aéreo tão exactamente construido por Clooney manter-se-á...
O referido castelo vai manter-se, por um twist of plot que nos mostra onde o realizador está no que diz respeito à moral possível sobre tudo isto, Natalie desiste, as milhas ficam. Não vou contar. Acresce sabermos que muitos dos figurantes despedidos o foram na vida real e aqui estão a exemplificar. Nem mais. Jason Reitman está contra.
Conto sim sobre o que mais me interessa. Clooney/Ryan, talvez por uma vez frágil pela possibilidade de as milhas desaparecerem, ou porque Alex está a ser algo mais do que o previsto, vai envolver-se com o down below, e participar no casamento de uma sobrinha na América profunda. Leva Alex consigo. E tudo acaba por correr bem! O improvável fim-de-semana perfeito acontece sob a mais estranha das formas. Clooney/Ryan, tomou o gosto da vida down below, com Alex, e... gostou. But sharkwomen are not like sharkmen. Are way worse. Clooney descobre que Alex tem efectivamente uma vida down below, com marido, filhos, the whole package. Alex é uma mulher-tubarão nos intervalos, com ele. Mas nos intervalos, ela consegue ser a better shark than him, pois não hesita, não abre brechas. Ele abriu, uma vez, e as coisas correm mal.
Uma comédia romântica não tem porque acabar bem. E neste século as coisas apontam mais para que não devam acabar em bem. Great part by Clooney.
Clooney once had a castle, made up in the air. Doors closed. Doors closed. Once you decide you open a door and let something in, it's no wonder there's no guarantee things will turn out allright!
Ryan/Clooney volta às suas milhas mas estas já não sabem igual... será que ele aprendeu que "lá em baixo" as portas são para abrir e fechar e abrir, e vá lá a gente - normal -saber quando entra a pessoa certa?
A vida não abre excepções, nem para Clooney.
Nem para mim.
Vejam a punchline do cartaz: "The story of a man ready to make a conection." Esta frase resume tudo o que eu escrevi antes. One thing is to be ready, another to get it right. Quando Clooney diz "Everybody needs a co-pilot", what was he really thinking?
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