Solaris 2002
Tenho a vaga impressão de ter visto - na têvê? - a versão de Tarkovski desta novela de antecipação científica, versão feita há mais de 30 anos. Soderbergh permite-se tudo, até isto: refazer um filme de Tarkovski com Clooney e a partenaire de Californication Natasha McElhone as the romantic pair.
O que se passa aqui? Num futuro x distante, Clooney é um psiquiatra que perdeu a esposa a não a ter socorrido - talvez, quem sabe... - atempadamente. Daí a desprender-se numa missão misteriosa e perigosa até ao planeta Solaris é apenas uma questão de poucos minutos. Missão onde o planeta parece dominar a mente dos passageiros recriando-lhes as suas mais doces memórias... o comandante da nave suicidou-se, o seu - perdido? - filho, continua por ali a correr... Logicamente Clooney vai reencontrar a sua perdida esposa, courtesy of...
Há aqui um problema de espessura, como o chocolate. Nunca este filme, o actor Clooney, o argumento e o drama que claramente se enuncia, ganham a espessura necessária para se obter a adesão de quem assiste. You can see Clooney's butt, but not enough soul...
Percebe-se que o psiquiatra não quer falhar outra vez, e que manda às malvas estar a lidar possivelmente com clones mentais, whatever. Mas Clooney não sabe criar um display adequado deste dilema, deste sofrer. Talvez um pouco mais de "método" e um pouco menos de Cary Grant...
Resumindo e concluindo, um filme muito falhado por Soderbergh, embora a 1ª meia hora tenha uma óptima fotografia...
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