"Contains fantasy action/violence involving scary images and situations, and a smoking caterpillar."

Alice inWonderland por Tim Burton é um filme que vale a pena ver. Escolhi esta crítica do Washigton Post para discordar dela. Este filme vale pelo seu visual, claramete, e por três ou quatro personagens: o Mad Hatter de Johnny Depp, Alice, e sobretudo a Rainha Vermelha de Helena Bonham Carter. Sobre a Rainha Branca tenho as minhas dúvidas.
E começo: qual era a moral, a lição dos livros de Lewis Carroll? Não esta. No filme de Burton, como já li noutro sitio temos uma Alice in Narnia, com bons e maus, batalhas, espadas, a sublimação do bem, pure white, a derrota definitiva do mal. Aqui não mora Lewis Carroll, pois não? Alice tinha de crescer? Sim e não. Para este filme, para empunhar esta espada, para tomar as decisões que são pedidas, sim. O fim mercantil de barco em punho é tão improvável que nem merce desdém. E porém, porém, porém... a Rainha Vermelha era a irmã mais velha, se calhar o trono devia ter sido dela. E a Rainha Branca não me convence a mim, como poderá convencer alguém? Aquela estranha mistela que ela faz para devolver Alice ao seu natural tamanho... Não, eu quase fiquei a torcer pela Rainha que perdeu, sendo que o artifício da derrota não deixa bem ver a génese do desequilíbrio primeiro. "Better to be feared than loved!" é a frase do filme. Helena Bonham Carter é a mais-valia, ainda mais que Johnny Depp. No fim confesso não saber se ganhou quem devia ganhar. Mas só por esta fina dúvida valeu a pena ir ver este filme.