terça-feira, março 02, 2010

Al Berto

Nem sempre adiro incondicionalmente à poesia de Al Berto. Concedo porém ser um grande poeta. Um pequeno problema de transmissão de sensibilidades foi o ter penetrado na poesia deste malogrado poeta (anacronismo interessante, não?) muito através do livro "Três Cartas da Memória das Índias", um conjunto de três poemas que serão talvez a poesia mais arrumada que Al Berto escreveu. Tivesse eu entrado por "Salsugem", por ex., escrito pouco antes, e a conversa seria talvez outra. A poesia de Al Berto é a poesia da margem "de uma certa maneira". E ao reduzi-la a um ostensivo e baixo lugar comum acrescento que só se sairmos dessa margem conseguiremos obter a melhor poesia, aquela que não necessita de margem nenhuma para ser enorme. Nem sempre Al Berto foi por aí, mas muitas vezes esteve lá. Na minha opinião, os três poemas largos de que falo são do melhor que se escreveu nos anos oitenta em poesia no rectângulo, e isto não é dizer pouco.
Eis o link, e bom proveito.

Explicito como chamariz... não, não explicito nada.