domingo, outubro 11, 2009

HMP

"De novo as sombras e as calmas
paisagens da noite vão gastar
o desenho do corpo, trair
a impossível certeza das palavras.
Erros no abandono da memória:
a noite, um início para o dia.
Nomes, vaga definição no tempo
das coisas. Corro por este
risco: ousadia hesitando entre
amor e textos. Teremos ganho
a frágil paz do silêncio? Devo
começar o ritual da noite, dentro
do seu azul estão quebradas
as formas do repouso."

Helder Moura Pereira, in Gestos de Miradoiro, De Novo as Sombras e as Calmas, Poesia 1976-1990.